Criptomoedas chamam a atenção dos principais bancos brasileiros
Nos últimos anos, o mercado de criptomoedas conseguiu conquistar seu espaço no Brasil. O país, que é um dos líderes mundiais em adoção de criptoativos, agora também conta com a atenção de grandes instituições financeiras. Bancos tradicionais e fintechs estão investindo cada vez mais no setor, abrindo novas oportunidades para clientes e investidores.
De acordo com o relatório mais recente da Triple-A, cerca de 17,4% da população brasileira, ou seja, aproximadamente 38 milhões de pessoas, já utilizam criptomoedas de alguma forma. Esse número coloca o Brasil como o maior mercado de criptomoedas da América Latina e um dos maiores do mundo.
A popularidade das criptomoedas tem atraído não apenas investidores individuais, mas também bancos, que estão buscando formas de se posicionar nesse mercado tão promissor. O aumento da adesão às criptomoedas no Brasil despertou o interesse de instituições financeiras como o Banco do Brasil, Itaú Unibanco e BTG Pactual, além de fintechs como o Nubank e o Banco Inter.
Como vemos nas s, essas instituições têm se movimentado para oferecer produtos e serviços relacionados a criptoativos, reconhecendo o potencial desse mercado como uma nova fronteira para investimentos e diversificação. O Banco do Brasil, maior banco público do país, já permite que seus clientes invistam em fundos com exposição a criptomoedas.
Recentemente, a instituição anunciou que estudará a expansão de serviços de custódia de ativos digitais, algo que pode fortalecer ainda mais sua posição nesse segmento. Já o BTG Pactual foi pioneiro ao lançar a plataforma Mynt, permitindo a compra e venda direta de Bitcoin, Ethereum e outras moedas digitais.
Além disso, o BTG já oferece serviços de custódia e liquidez, garantindo mais segurança aos investidores. Por outro lado, o maior banco privado do Brasil, o Itaú Unibanco, também entrou no mercado de criptoativos, oferecendo fundos voltados para moedas digitais. O banco anunciou recentemente a criação de um hub de ativos digitais, que permitirá não apenas negociações, mas também o desenvolvimento de produtos e serviços personalizados.
Com uma abordagem voltada para o público jovem, o Nubank tem ganhado popularidade no mercado cripto. Em 2024, o banco atingiu a marca de 2 milhões de clientes negociando criptomoedas diretamente pelo aplicativo. E o Banco Inter também se fez notar ao integrar a negociação de criptoativos em sua plataforma digital, combinando serviços bancários tradicionais com o universo das moedas digitais.
A busca por maior lucratividade é uma das principais motivações dos bancos brasileiros ao entrarem no mercado de criptomoedas. Segundo especialistas, a movimentação dos bancos reflete não apenas o interesse em atender à demanda dos clientes, mas também a necessidade de não perder espaço para fintechs e exchanges que dominam esse mercado.
Conforme disse Eduardo Villela, diretor do Banco do Brasil, os criptoativos representam uma janela de oportunidades para o futuro financeiro, especialmente em um mercado como o brasileiro, que é aberto à inovação. Além disso, de acordo com a Bloomberg, dois dos principais bancos brasileiros – Banco do Brasil e BTG Pactual – já movimentaram mais de R$ 1,7 bilhão em investimentos relacionados a criptoativos apenas no último ano.
Mas, além dos bancos, o governo brasileiro também está acompanhando de perto o avanço das criptomoedas. O Banco Central do Brasil está desenvolvendo o Drex, sua moeda digital oficial, que promete integrar ainda mais as criptos ao sistema financeiro nacional. Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a implementação do Drex é uma resposta às transformações digitais e ao crescimento dos criptoativos no país.
Um dado relevante divulgado pela Receita Federal aponta que as transações com criptomoedas no Brasil superaram R$ 20 bilhões em 2024, representando um crescimento de 60% em relação ao ano anterior. Esse aumento evidencia a confiança dos brasileiros nesse mercado e reforça a necessidade de regulamentação e segurança.
Enquanto o Bitcoin lidera o mercado de criptomoedas, altcoins como Ethereum, Solana e Cardano são cada vez mais populares entre os investidores brasileiros. Essas moedas apresentam soluções tecnológicas diferenciadas, como contratos inteligentes e menor consumo de energia. De acordo com um relatório da CoinMarketCap, altcoins representaram 35% do volume total negociado no Brasil em 2024.
Isso é um aumento de 20% em comparação ao ano anterior. Por isso os bancos, atentos a essa tendência, começaram a explorar produtos específicos voltados para altcoins. Por exemplo, o BTG Pactual recentemente incluiu o Ethereum em seus fundos de investimento, enquanto o Itaú anunciou que estudará a criação de serviços voltados para blockchains alternativos.