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Quaest: 88% do mercado reprovam Lula com emprego em alta e taxação de ricaços no IRPF

Dados da economia real e ações do governo Lula irritam 106 agentes financeiros ouvidos. Pesquisa mostra que apenas 13% acreditam na taxação daqueles que ganham acima de R$ 50 mil, índice superado apenas pela torcida contra o fim da escala 6x1

Por INFORME ECONÔMICO com Revista Fórum
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Publicado em 19/03/2025 às 12:44

Alterado em 19/03/2025 às 12:44

Tarcísio de Freitas, ao lado de financistas, bate o martelo pela privatização das escolas na Bovespa Foto: Pablo Jacob / Governo de SP

Por Plinio Teodoro - Pesquisa Quaest realizada com "106 dos maiores agentes do mercado financeiro em São Paulo e Rio de Janeiro", divulgada nesta quarta-feira (19), revela que Lula segue sendo o algoz do sistema financeiro, que lucra com altas taxas de juros e especulações na bolsa de valores - e não com a economia real.

Com a taxa de desocupação em 6,5%, próxima ao pleno emprego, e crescimento de 0,89% da economia em janeiro - quando o mercado apostava em 0,22% -, 88% desses agentes do sistema financeiro avaliam o governo como ruim ou péssimo, contra apenas 4% que avaliam como ótimo ou bom.

A Quaest aponta ainda que 92% dos financistas ouvidos apontam Lula como "culpado" pelo que consideram uma direção errada na economia.

A defesa dos interesses dos endinheirados fica mais explícita quando o instituto indaga sobre a inclusão dos super-ricos no Imposto de Renda, mediante a isenção daqueles que ganham até R$ 5 mil.

A medida, entregue ao Congresso nesta terça-feira (18), é uma promessa de campanha de Lula, que afirmou que colocaria "o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda".

Caso seja aprovada, a medida vai cobrar imposto progressivo de quem ganha acima de R$ 50 mil mensais - faixa que atinge 0,2% dos brasileiros. A faixa mais afetada é daqueles que, assim como Jair Bolsonaro (PL), ganham acima de R$ 100 mil por mês, que terão que pagar 10% de imposto sobre a renda total.

No entanto, a pesquisa mostra que 13% dos agentes da Faria Lima torcem para que o Congresso não aprove a medida. A torcida só é maior em relação à proposta que coloca fim na escala 6x1 dos trabalhadores: apenas 8% dos financistas acreditam na aprovação do Projeto de Lei.

PIB
Mais uma vez, o sistema financeiro volta a fazer uma previsão pessimista sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB): 51% acreditam que a economia vai crescer entre 1,5% e 2% e 17% entre 1% e 1,5% em 2025.

No início de 2024, o mercado previa um PIB de 1,59% no ano, que terminou com o crescimento recorde de 3,4% - mais que o dobro da projeção.

Antes da nova reunião do Copom, que deve elevar a taxa básica de juros - impondo lucros aos especuladores -, apenas 8% dos agentes financeiros avaliam como negativa a atuação do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que tem seguido o viés de alta herdade do bolsonarista Roberto Campos Neto.

"Esse voto de confiança está sob avaliação: 58% acham cedo pra avaliar se Galípolo está tomando decisões mais técnicas ou mais políticas. Mas 38% já defendem que as decisões no BC tem sido mais técnicas que políticas, o que o mercado avalia positivamente", diz Felipe Nunes, CEO da Quaest, em análise nas redes sociais.

A pesquisa ouviu 106 dos maiores agentes do mercado financeiro em São Paulo e Rio de Janeiro entre 12 e 17/03. A margem de erro estimada da pesquisa é de 3,4pp e foi extraída usando bootstrap, considerando o universo de 3.256 agentes de mercado listados no universo de fundos, gestoras, asset management e family offices.

Veja a thread de Felipe Nunes com os dados da pesquisa na rede X.




















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