Produção agrícola pode crescer três vezes mais sem agredir a natureza
Agência Brasil
SÃO PAULO - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Carlos Guedes, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil tem condições de triplicar a sua produção agrícola sem sequer derrubar uma única árvore.
- Nós temos, inclusive, tecnologia para recuperar áreas degradadas - disse após participar de um encontro com executivos do agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A declaração foi dada em reação às críticas que, segundo ele, têm sido feitas no exterior, em que se atribui o sucesso da agricultura às ações destruidoras do meio ambiente. Essa afirmação não tem fundamento, rebateu.
Em um estudo do ministério sobre a devastação no mundo, conforme citou, o Brasil aparece em posição melhor situada na preservação da natureza em comparação à outras nações.
- O país tem 69% de suas florestas originais, enquanto a Europa tem apenas 0,3%, a Ásia, 6% e América Central, 10% - destacou.
No ano passado, segundo o ministro, pela primeira vez na história, os recursos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ultrapassaram a R$ 1 bilhão.
- Precisamos de mais recursos, mas nos últimos anos a Embrapa recuperou o seu orçamento - disse.
Esse investimento em pesquisa, conforme analisou, tem permitido o avanço da produtividade agrícola brasileiro. O ministro informou que existem propostas de participação de recursos financeiros do setor privado na Embrapa, mas em razão da rigidez da legislação há impedimentos.
Guedes fez questão de destacar que, nos últimos 4 anos, ocorreram várias ações de valorização da equipe técnica no setor agrícola e defendeu a continuidade desse processo, bem como a interlocução com a sociedade durante esse segundo mandato do presidente Lula.
Questionado se estaria demissionário do cargo, ele argumentou que qualquer mudança no mistério será definida pelo presidente.
O ministro informou ainda que o Brasil envia na segunda-feira uma missão técnica para ajudar o governo boliviano no controle de focos de febre aftosa.