Opep mantém previsão de aumento de 1,5% do consumo de petróleo em 2007

Por

Agência EFE

VIENA - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) confirmou nesta quinta-feira sua previsão de que a demanda mundial da commodity aumentará este ano em 1,24 milhão de barris diários, o equivalente a 1,5%, e reduziu a previsão sobre o volume da oferta de seus concorrentes. A Opep afirmou que a demanda de petróleo em todo o planeta ficará, este ano, em uma média de 85,37 milhões de barris diários (mbd). Disse ainda que os produtores que não fazem parte do cartel bombearão 50,7 mbd. O resto da demanda, de acordo com a previsão, será suprido pelos países-membros.

Isto significa que a Opep manteve quase inalterados os cálculos sobre o consumo de petróleo do planeta feitos há um mês, já que ajustou apenas em 20 mbd o crescimento anual, que passou de 1,24 mbd para 1,26 mbd. Ao mesmo tempo, o cartel reduziu em 170 mil barris diários a chamada oferta Não-Opep, calculando que os concorrentes bombearão este ano uma média de 50,69 mbd, enquanto em janeiro havia estimado estas provisões em 50,86 mbd. Segundo a organização, será particularmente "menor do que a esperado" a produção do México, Canadá, Estados Unidos e Cazaquistão, afirmam os analistas do cartel.

Diante desta situação, a Opep acredita que o mundo demandará uma média de 30,25 mbd dos países-membros da organização (com exceção de Angola, que entrou no cartel em 1º de janeiro e ainda não foi incluída nos cálculos), número ligeiramente abaixo do calculado para 2006 (30,40 mbd). Além disso, o Relatório Mensal do Mercado Petroleiro ressalta as múltiplas 'incertezas' que dificultam as previsões sobre a evolução futura do mercado do 'ouro negro', entre as quais o clima teve uma grande influência.

Em janeiro, a demanda de combustível para calefação teve uma queda pouco superior a 30% em comparação com o mesmo período de 2005 nos Estados Unidos, de longe o maior consumidor mundial de energia, devido às temperaturas inesperadamente quentes. Por isso, o clima foi o principal responsável por uma abrupta queda dos preços. O barril de referência da Opep atingiu o nível mais baixo desde maio de 2005, sendo vendido a uma média de US$ 50,73 durante todo o mês de janeiro, valor 12% menor que a média de dezembro. Uma onda de frio no final de janeiro e a decisão dos EUA de voltar a completar suas reservas estratégicas aumentaram os preços novamente. O valor do barril da Opep oscilou entre os US$ 53 e US$ 55 em fevereiro, fixando-se na quarta-feira em US$ 53,70.

Além disso, segundo a Opep, "os cortes (da oferta do grupo) estabelecidos em Doha e em Abuja foram eficazes para reduzir alguma coisa da oferta excedente e ajudou a equilibrar os mercados, o que se refletiu na tendência de baixa do nível das reservas armazenadas de petróleo nas nações consumidoras nos últimos meses". O documento também se refere às reduções em 1,7 mbd e 0,5 mbd da provisão de dez dos países-membros da Opep (todos com exceção do Iraque e de Angola) que a organização estabeleceu para que entrassem em vigor em novembro e fevereiro, respectivamente.