Mais polêmica sobre o Complexo Madeira

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SÃO PAULO, 21 de fevereiro de 2007 - O físico Luiz Pinguelli Rosa, professor de Planejamento Energético da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-presidente da Eletrobrás, disse ontem que é válida a crítica à construção do complexo hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia, mas avaliou que a posição dos ambientalistas favorece a construção de usinas movidas a carvão e a óleo diesel, 'as mais poluentes'.

Pinguelli se referiu ao licenciamento ambiental das usinas Jirau e Santo Antonio, a ser concedido ainda este mês, conforme estimativa do diretor de Licenciamento Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luiz Felippe Kunz Júnior.

Vários grupos ambientalistas nacionais e estrangeiros defendem, como alternativa ao Complexo do Madeira, a repotencialização das usinas já existentes, de forma a torná-las mais eficientes. Segundo Pinguelli Rosa, 'na verdade, só se está vendo o lado da hidrelétrica, esquecendo o panorama completo. Isso é um erro porque impede a construção de uma hidrelétrica, mas os ambientalistas são condescendentes com as usinas a carvão e a diesel'.

Pinguelli afirmou, ainda, que há muitos interesses envolvidos, além dos ambientalistas. Na opinião do especialista, o Brasil não deve abandonar a hidreletricidade, cuja participação é predominante na matriz energética. O governo, sugeriu, "deveria enfrentar as críticas dos ambientalistas, e chegar a um acordo para viabilizar a obra".

Ele destacou também a importância do diálogo com o Movimento dos Atingidos por Barragens nesse processo: 'Hoje, no Brasil, seria mais fácil fazer um reator nuclear porque a oposição a ele não é muito organizada. E alguns ambientalistas já consideram o reator nuclear mais aceitável, apesar do lixo radioativo. Os ambientalistas têm as suas visões. Mas não podemos dizer que tudo o que um ambientalista diz está certo. Isso é uma bobagem. Os ambientalistas acertam e erram'.

As informações são da Agência Brasil.

(Redação - InvestNews)