Fluxo e cena externa inibem impacto de regras e dólar cai
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SÃO PAULO - O dólar caiu no primeiro dia de negociações sob o novo limite de exposição cambial definido pelo Banco Central, refletindo fortes ingressos de recursos e a melhora dos mercados internacionais. Nesta segunda-feira, o dólar recuou 0,97% e fechou a R$ 1,941. As bolsas de valores norte-americanas e a Bolsa de Valores de São Paulo subiram, depois de uma semana de realização de lucros por preocupações com inflação e taxas de juro maiores nas principais economia do mundo.
- Lá fora, parece que deu uma acalmada, pelo menos por enquanto, e investidores estão voltando a vender dólar - comentou o gerente de câmbio de um banco nacional, que pediu para não ser identificado. Ele citou fortes ingressos de uma empresa nacional do setor de energia, mas não detalhou o montante.
O impacto imediato das novas regras do BC foi praticamente nulo. Na sexta-feira à noite, o BC anunciou a redução do limite de exposição cambial dos bancos para 30% do patrimônio de referência, já valendo nesta sessão. Outras duas medidas passam a vigorar em 2 de julho e envolvem elevação de 50 para 100% do requerimento de capital incidente sobre a exposição; além de mudanças na metodologia de análise da exposição de um banco no exterior.
- Por mais que o BC tente mudar alguma regra, não tem jeito, a tendência de queda do dólar continua. Essas medidas não surtiram muito efeito porque os bancos têm exposição vendida em dólar mas não chegam no limite - explicou Paulo Fujisaki, analista de mercado da corretora Socopa.
- O ponto-chave ainda é o superávit financeiro, de investidores fazendo arbitragem em cima de juro, e o comercial - acrescentou. - Não tem como remar contra a maré.'
Analistas ponderaram que, como a exposição incide sobre o patrimônio líquido, o efeito maior será sentido por bancos pequenos. Mas os ajustes que esses bancos farão em suas posições têm pouco impacto no mercado.
- Os grandes bancos têm uma folga, eles estão com grandes posições vendidas em dólar só que têm patrimônio muito mais alto - afirmou Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
Segundo ela, o efeito das medidas do BC deve ser visto na velocidade de queda do dólar, que poderá diminuir.
- Talvez não tenha tanto fôlego para ir a 1,80 (real) como alguns economistas imaginavam - completou.
O Banco Central fez leilão de compra de dólares no mercado à vista e aceitou ao menos 10 propostas nesta sessão, mas a operação não foi suficiente para enxugar o excesso de liquidez no câmbio.