Sem más notícias, ativos têm melhora

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SÃO PAULO, 11 de fevereiro de 2008 - A ausência de notícias ruins no mercado externo ajudou a melhorar o humor dos investidores e promoveu uma rodada de recuperação nos principais ativos domésticos. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) recuaram pelo terceiro dia consecutivo motivados pela melhora no comportamento dos indicadores inflacionários. O DI de janeiro de 2010 passou de 12,57% para 12,49% ao ano.

O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves, ressalta que o cenário econômico no Brasil segue positivo, apesar da forte instabilidade nos mercados financeiros globais, por conta do medo de uma recessão nos Estados Unidos. O dólar segue comportado, a bovespa se recupera e a inflação começa a apresentar sinais de desaceleração, o que permite uma melhora nas expectativas. O economista lembra que a principal preocupação do colegiado do Banco Central (BC) é a inflação corrente, pressionada pelo setor de alimentos.

Gonçalves acredita que os preços dos alimentos não devem piorar o que gera certo otimismo para a inflação. Ele ressalta ainda que, nos próximos meses a Selic deve permanecer estável, a inflação deve seguir controlada e o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer em 4%. "O que ainda é um crescimento considerado bom para a economia brasileira", disse.

Ainda na cena interna, os investidores monitoraram os boletim Focus que não mostrou piora nas expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os profissionais consultados pelo BC, na semana passada, estimam que IPCA avance 4,45% ao final deste ano, ante 4,44% da última semana. Já a expectativa para o IPCA em 2009 permanece em 4,20%.

No frot externo, os agentes financeiros permanecem atentos a qualquer dado que indique os próximos passos da política monetária e ao desenrolar da crise no mercado de hipotecas imobiliárias.

(Maria de Lourdes Chagas - InvestNews)