Perspectiva de juro maior mantém viés de baixa no dólar

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SÃO PAULO, 16 de abril de 2008 - A percepção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve ratificar as apostas e elevar a Selic em ao menos 0,25 ponto percentual mantém o viés de baixa para o dólar. No entanto, a agenda externa carregada desta quarta-feira deve limitar oscilações mais acentuadas. Momentos atrás, a moeda norte-americana cedia 0,65%, vendida a R$ 1,673.

"A perspectiva de elevação do diferencial de juros interno e externo tem movido o câmbio nos últimos dias, principalmente, pelos ganhos com arbitragem", comentou um operador. A desvalorização do dólar pelo mundo também incentiva a queda por aqui. Nesta manhã, o euro voltou a bater recorde, a US$ 1,5969, após a revisão para cima da inflação ao consumidor na zona do euro, que subiu 3,6% na taxa anualizada em março.

Nos Estados Unidos foi divulgado que o CPI (índice de preços ao consumidor) subiu 0,3% em março, contra estimativas de 0,4%. O núcleo, menos volátil, avançou 0,2%, em linha com o esperado. Na véspera, o núcleo do PPI (inflação do produtor) veio dentro das previsões, sinalizando que o Federal Reserve pode continuar cortando os juros sem temer os impactos da inflação. O BC dos EUA se reúne nos próximos dias 29 e 30. Daqui a pouco serão apresentados a construção de moradias e a produção industrial, ambos de março. À tarde, sai o Livro Bege.

Resultado de balanços importantes, como do banco JP Morgan também movimenta os negócios. O banco de investimento anunciou que obteve lucro de US$ 2,37 bilhões no primeiro trimestre - uma queda de 50% se comparado com igual período de 2007. Apesar da contração, o lucro por ação ficou em US$ 0,68, acima dos US$ 0,66 estimado pelos analistas. A controladora da American Airlines (AMR) deve reportar prejuízo de US$ 1,33 por ação e a IBM ganhos de US$ 1,45 por ação.

(Simone e Silva Bernardino - InvestNews)