Preços no Japão atingem em julho maior nível em 10 anos
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LONDRES - Pelo nono mês consecutivo, a taxa anual de inflação japonesa atingiu, em julho, o maior patamar em uma década, reflexo do aumento dos preços de alimentos e do petróleo, que têm pressionado os gastos dos consumidores.
Ao mesmo tempo, a produção industrial registrou uma recuperação em julho, mas economistas disseram que o movimento não deve ser suficiente para eliminar os temores sobre a possibilidade da segunda maior economia do mundo estar caminhando rumo à recessão econômica.
O núcleo do índice de preços ao consumidor japonês subiu 2,4% em julho, levemente acima dos 2,3% estimados por economistas. O núcleo do índice exclui itens como frutas, vegetais e frutos do mar, mas inclui derivados de petróleo.
O ritmo de alta do núcleo de preços ao consumidor tem se acelerado no Japão por conta dos pesados aumentos das commodities e dos custos de energia, mas o banco central do país disse que ainda precisa avaliar se estas altas vão gerar algum tipo de aumento de preços mais generalizados.
Economistas ainda apostam que o Banco do Japão deve manter a taxa básica de juro nos atuais 0,5%.
Soluço
A produção das indústrias instaladas no Japão subiu 0,9% em julho, ante queda de 0,5% estimada por economistas. A produção caiu tanto no primeiro, quanto no segundo trimestre do ano.
A produção de manufaturados, o componente mais importante do setor, deve cair 2,9% em agosto, mas subir 3,4% em setembro.
Por mais de meio século, dois trimestres de queda na produção industrial sinalizaram uma recessão no Japão.
Economistas acreditam que a produção irá cair pelo terceiro trimestre consecutivo entre julho e setembro, reflexo da desaceleração das exportações, que será o maior declínio desde 2001.
A economista japonesa contraiu-se no segundo trimestre à medida em que o enfraquecimento das economias européia e americana afetaram as indústrias do país e consumidores aprtaram o cinto para enfrentar o aumento dos custos de alimentos e combustível.
A maioria dos observadores da economia japonesa, incluindo autoridades do governo, aposta que o Japão está caminhado para uma recessão ou já está vivendo uma. Mas ninguém espera uma queda acentuada, como as de 1998 e 2001.