Pesquisa mostra que 64% tem expectativa positiva

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SÃO PAULO, 28 de outubro de 2008 - Levantamento da Fundação de Instituto de Administração (FIA) aponta que 64% dos especialistas acreditam no desenvolvimento integrado com expectativa positiva para a evolução do quadro político, econômico e social do Brasil. Outros 29% prevêem um cenário de crescimento com baixa competitividade, em função da crescente carga tributária e baixa eficiência dos serviços públicos. A pesquisa 'Crescimento Econômico e Distribuição de Renda: Cenários para 2020' é parte do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo).

Segundo a FIA, a pesquisa foi realizada a partir de uma consulta a 169 especialistas sobre o cenário mais provável para o período 2008-2020.

Dentro do panorama de Desenvolvimento Integrado, os especialistas esperam um crescimento médio entre 4,3% e 4,5% ao ano para o Produto Interno Bruto (PIB). Essa evolução é sustentada pela estabilidade conquistada com o Plano Real, expansão do mercado interno, alta do preço das commodities - principalmente alimentos; e posição do País como grau de investimento.

Quando avaliada a distribuição da população por classes de rendimento, as projeções apontam para uma pequena melhoria da distribuição de renda das famílias que ganham de um a três salários mínimos, para o cenário de Desenvolvimento Integrado. O estudo prevê que esse grupo vai representar, em 2020, 43% da população, enquanto que famílias com orçamento de até um salário mínimo terão participação de 16%.

As previsões para uma visão de crescimento com baixa competitividade indicam aumento maior das classes populares, explicado por uma possível continuidade da atual política de salário mínimo e benefícios sociais do governo federal. Esse dado sugere que a representatividade da população com renda até um salário mínimo será de 19% em 2020. Já para quem tem um orçamento de um a três salários mínimos, a participação será de 45%

Para o professor James Wright, coordenador do Profuturo o tema merece total atenção da comunidade empreendedora do país. 'Recentemente realizamos análises que apontaram a importância do consumidor constituído pelas classes populares, já que abre a possibilidade de novas oportunidades de negócios e expansão para o mercado', avalia Wright.

A conclusão da análise conjunta desses panoramas revela que há perspectivas de que o Brasil continuará com o processo de alinhamento com a economia globalizada e a inserção no mercado externo, com reflexos diretos no crescimento do PIB, impulsionado pela exploração de competências relativamente bem desenvolvidas no país, principalmente na área energética e agrícola. O potencial de atender a demanda crescente por alimentos e por fontes renováveis também representa uma janela de oportunidades para o país.

Em relação à distribuição de renda, mesmo com as melhorias recentes, a desigualdade continuará a ser característica marcante da sociedade brasileira. Porém, o progresso alcançado vai gerar oportunidades de negócios para empresas e empreendedores que conseguirem soluções inovadoras, e acessíveis, para satisfazer as necessidades, especialmente, da população que pertence às classes de renda mais baixa.

Os resultados ainda apontam que os desafios a serem superados estão relacionados à melhoria qualitativa da educação, à disponibilidade de infra-estrutura para viabilizar o crescimento e à superação de ineficiências na esfera político-institucional.

(Redação - InvestNews)