Decisão pode ser entendida como eufemismo ante a crise

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SÃO PAULO, 29 de outubro de 2008 - A crise financeira mundial já se encarregou de reprimir a inflação de demanda. Assim, não são necessários juros altos para racionalizar o consumo por parte dos brasileiros, observou Alfried Plöger, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e vice-presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

Segundo Plöger, o momento é de estimular os investimentos, manter elevada a confiança dos agentes econômicos e da sociedade, de modo que o mercado interno possa absorver a produção que os países do epicentro da crise deixarem de comprar.

"É hora do governo demonstrar segurança e confiança nos fundamentos que ele próprio plantou, como a inédita reserva cambial superior a US$ 200 bilhões. Entretanto, a manutenção da Selic em 13,75% anunciada há pouco pode ser entendida por muitos como um eufemismo ante a gravidade da crise. Teria sido um ato falho do Copom? Se o Governo Federal viesse agindo com mais prudência nos últimos anos quanto ao comprometimento das verbas de custeio, poderia reduzir agora os gastos públicos. Como não pode, manda a conta para sociedade pagar, por meio do perverso imposto dos juros", conclui o presidente da Abigraf.

(Redação - InvestNews)