Para Unica, Monsanto aposta no potencial da cana

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SÃO PAULO, 4 de novembro de 2008 - A aquisição das empresas de melhoramento genético e biotecnologia de cana-de-açúcar CanaVialis e Alellyx, pela Monsanto, mostra o potencial e a diversificação da indústria brasileira da cana-de-açúcar, segundo o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Sawaya Jank. Ele considera a chegada de uma das principais empresas de tecnologia agrícola do mundo ao setor sucroenergético brasileiro um fato de grande relevância.

"É uma decisão que acrescenta a cana-de-açúcar à linha de produtos da maior produtora de sementes do mundo e estabelece o etanol de cana-de-açúcar como um produto com futuro garantido, pois a Monsanto só espera resultados concretos desse investimento a partir de 2016", diz Jank. O vice-presidente de estratégias globais da Monsanto, Carl Casale, considerou a aquisição como "uma grande oportunidade para diversificar o portfólio de tecnologias voltadas para culturas específicas e produzir inovações de longo prazo para uma cultura vital, como a da cana-de-açúcar."

Sediadas no Brasil, a CanaVialis e a Alellyx são controladas pela Aly Participações e integram o Grupo Votorantim. O negócio foi fechado em US$ 290 milhões para atender a demanda global por alimentos e biocombustíveis. "O objetivo é diversificar o atual portfólio e trazer inovações para esta cultura, por meio de sua experiência no melhoramento genético de plantas e em biotecnologia."

A CanaVialis é a maior empresa privada de melhoramento de cana-de-açúcar do mundo. Por meio de suas pesquisas de melhoramento, está desenvolvendo variedades de cana geneticamente superiores e patenteadas, que devem proporcionar rendimentos significativos sobre as variedades atualmente disponíveis.

Já a Alellyx é uma empresa de genômica aplicada que se dedica ao desenvolvimento de pesquisas com biotecnologia, principalmente para a cana-de-açúcar.

Como a aquisição representa um investimento de longo prazo em pesquisa e desenvolvimento e em melhoramento genético, a Monsanto não prevê um incremento no seu faturamento até a metade da próxima década. A empresa pretende manter os cerca de 250 funcionários das duas empresas, que serão administradas como negócios independentes.

(Redação - InvestNews)