Desafios do novo presidente Barack Obama

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SÃO PAULO, 5 de novembro de 2008 - Recuperar a economia norte-americana e restaurar o prestígio internacional da nação mais poderosa do planeta - abalada pela desastrada administração de George W. Bush, que passará para a história como o pior presidente norte-americano - são os grandes desafios do novo presidente dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama.

Entre as principais medidas, fazer com que a economia norte-americana volte a crescer, travar as guerras no Iraque e no Afeganistão, controlar o déficit orçamentário que hoje se aproxima dos US$ 500 bilhões e recuperar a imagem de única superpotência mundial.

Analistas são de opinião quase unânime que a América Latina continuará em segundo plano entre as prioridades dos EUA. O Brasil pode ainda ser prejudicado nas áreas ambiental e trabalhista, já que Obama pode adotar barreiras ao mercado interno norte-americano, podendo criar restrições aos latino-americanos em geral.

"Para cumprir as promessas sociais e de redução de impostos, a adoção de medidas protecionistas será inevitável para Obama", afirma Rodrigo Cunha, coordenador do curso de Relações Internacionais da ESPM.

Outros analistas de mercado também opinaram sobre a vitória de Obama e os desafios que serão enfrentados pelo novo presidente dos Estados Unidos. Dariusz Kowalczyk, estrategista-chefe de investimento da CFC Seymour em Hong Kong, afirmou que "a economia dos EUA está entrando em recessão. Vai continuar o afrouxamento da política monetária e da política fiscal. Isso iria acontecer com qualquer um dos dois candidatos que ganhassem a eleição".

"A única diferença é para onde irá o gasto. Supostamente sob o comando de McCain mais recursos iriam para uso militar e para o alívio no pagamento das hipotecas, enquanto em um governo Obama provavelmente seria dado um incentivo fiscal para a população de baixa renda. Em termos orçamentários, o resultado é similar e por isso eu acho que no médio e no longo prazo o resultado não irá influenciar muito os mercados", acrescentou.

(Marcel Salim, Rosana Hessel e Agências - InvestNews e Gazeta Mercantil)