Bolsa cai pelo 4º dia seguido com mede de recessão

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SÃO PAULO, 19 de novembro de 2008 - Por uma mais sessão seguida, o que prevaleceu foi a forte volatilidade nos mercados acionários. Os receios de uma recessão global prevaleceram, levando o índice acionário da BM&FBovespa a fechar o quarto dia consecutivo em queda, desta vez com desvalorização de 2,02%, aos 33.404 pontos. Além disso, o ferido local também estimulou os investidores a saírem de posições. O giro financeiro continua baixo: R$ 2,89 bilhões.

As preocupações com o setor automotivo norte-americano deixam os investidores bastante cautelosos. Na noite de ontem, executivos de três grandes montadoras norte-americanas foram ao Congresso informar que suas fábricas oscilam à beira de um desastre e solicitaram a aprovação de um pacote de ajuda de US$ 25 bilhões para o setor, dos quais US$ 7 bilhões iriam para a Chrysler, entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões iriam para a GM e a Ford ficaria com US$ 7 bilhões ou US$ 8 bilhões.

"A resistência do secretário do Tesouro, Henry Paulson, em socorrer o setor automobilístico gera mais tensão. Deixar só uma das três - GM, Ford ou Chrysler - quebrar arrasaria a cadeia produtiva, aumentando ainda mais o desemprego", analisa Patrícia Branco, sócia-gestora da Global Equity.

Os indicadores divulgados hoje também não ajudaram a melhorar os ânimos. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) apresentou queda de 1% em outubro, ante uma estabilidade em setembro. "A queda do CPI não é boa para a economia norte-americana e vai deprimir ainda mais o resultado das empresas", segundo a executiva.

Para completar o cenário negativo, a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), dos Estados Unidos, do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), referente a reunião de 29 de outubro, que os membros acreditam que economia norte-americana registrará contração até, pelo menos, meados de 2009. Ainda segundo o documento, membros do Comitê concordaram que uma flexibilização econômica seria necessária em virtude das difíceis condições atuais. Tanto que decidiram por baixar os juros, para 1% ao ano.

Já no mercado doméstico, o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que a mineradora está fazendo "ginástica" para não demitir funcionários. "O que estamos fazendo é uma ginástica no sentido de manter nossos empregados, porque é um investimento pesado que sempre fizemos na formação dos nossos técnicos, e não é hora de perder", disse. As ações preferenciais séria A da companhia recuaram 3,27%.

(Vanessa Correia - InvestNews)