Presidente do Google apóia energia eólica e solar para EUA

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REUTERS

NOVA YORK - Os Estados Unidos deveriam usar parte de qualquer futuro pacote de estímulo econômico para conectar turbinas de energia eólica e sistemas de energia solar à rede elétrica nacional, disse o presidente-executivo do Google, Eric Schmidt, um dos conselheiros do presidente eleito do país, Barack Obama.

Em um discurso de alcance amplo, Schmidt, apontado como candidato ao posto de conselheiro de tecnologia do governo de Obama, argumentou na terça-feira que os EUA deveriam começar a investir pesadamente na transformação da energia eólica e solar em fontes regulares de energia.

- Não há rede elétrica onde a energia eólica e solar é gerada. O povo vive em cidades. Assim, a coisa mais simples que podemos fazer é tratar da questão da rede- disse Schmidt, membro da equipe econômica de transição do presidente eleito, ainda que não estivesse discursando como representante do futuro governo.

- Temos uma rede de comando e controle (de energia) projetada nos anos de 1960- afirmou Schmidt em um evento da New America Foundation.

Ele declarou também que a desaceleração no crescimento do consumo de energia é importante e pediu por um plano que ofereça fundos casados a empresas estaduais de infra-estrutura que estejam trabalhando para aumentar sua eficiência energética e por tratamento tributário diferenciado aos automóveis mais eficientes.

Os democratas do Senado propuseram um pacote de estímulo econômico de US$ 100 bilhões, ainda que as esperanças de que venha a ser aprovado na curta sessão extraordinária do Legislativo agora em curso estejam desaparecendo.

O projeto, que Obama apóia, incluiria US$ 13,5 bilhões para projetos de estradas, pontes, sistemas de transporte de massa e outras obras de construção, e quase US$ 38 bilhões para ajudar os Estados a cobrir os custos do programa Medicaid de assistência à saúde dos americanos mais pobres.

Obama, que assume em 20 de janeiro a presidência dos EUA, disse que se o Congresso não aprovar uma proposta este ano, ela estará no topo de sua agenda quando assumir.

Por meio da Google.org, sua divisão filantrópica, o Google apóia empresas iniciantes que desenvolvem tecnologias de energia eólica, solar e geotérmica, as quais espera venham a se tornar mais baratas que a energia gerada com a queima de carvão. O Google investiu US$ 45 milhões nessas empresas, este ano.

A rede de energia proposta pelo executivo também deveria abastecer os automóveis dos norte-americanos, disse ele.

- Nossa dependência de petróleo importado é um grande dreno de recursos. Quantas guerras o petróleo já criou?- falou.

Ele afirmou que recursos federais para ciência básica diminuíram nos últimos anos e que o setor privado não pode fazer tudo. Schmidt também pediu por uma legislação equilibrada, diferente da "versão extremada da lógica do livre mercado" que imperou nos últimos anos.