BC vê crescimento de 3,2% em 2009 e inflação de 4,7%
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BRASÍLIA/SÃO PAULO - O Banco Central reduziu sua projeção para a inflação em 2009 nesta segunda-feira para 4,7 por cento e anunciou uma estimativa de crescimento do PIB de 3,2 por cento para o período --bem abaixo do estimado para 2008, mas acima das projeções do mercado.
O diretor de Políticia Monetária do BC, Mário Mesquita, afirmou que o cenário estimado pelo BC em seu último Relatório de Inflação do ano reflete os impactos da crise externa, mas ainda deixa o Brasil em situação superior à média do mundo.
Ele afirmou, ainda, que a autoridade monetária não descarta a possibilidade de o país atingir no próximo ano a meta de crescimento de 4 por cento anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
- (Nossa projeção) não quer dizer que o crescimento de 4 por cento não seja possível- afirmou Mesquita a jornalistas ao comentar o Relatório de Inflação.
- Quatro por cento está dentro do intervalo de possibilidades- acrescentou.
O mercado prevê que a economia crescerá 2,4 por cento no próximo ano, após alta de 5,6 por cento este ano, segundo a última sondagem do relatório Focus do BC.
Ao comentar o impacto da crise financeira sobre a economia, o BC destacou que segmentos mais sensíveis às condições de crédito e ao patamar da taxa de câmbio serão os mais afetados, enquanto setores mais sensíveis à evolução do mercado de trabalho e dos gastos públicos terão mais força para resistir.
- Neste ambiente, em que a manutenção dos sólidos fundamentos macroeconômicos observados na economia brasileira não se constitui em condição suficiente para evitar que desdobramentos da severa crise mundial se propaguem internamente as perspectivas referentes à evolução do nível da atividade no último trimestre de 2008 e em 2009 mostram-se menos favoráveis- disse o BC no documento.
Mesquita frisou, ainda, que o crescimento do PIB seguirá sendo liderado pelo consumo interno e, nesse contexto, a grande contribuição que o BC tem a dar à atividade é garantir a preservação do poder de compra das famílias.
- A preservação do poder de compra é importante para sustentar o crescimento- afirmou.
INFLAÇÃO ABAIXO DA META EM 2010
O relatório mostrou, ainda, que o BC vê uma desaceleração contínua e gradual da inflação, que atingiria o centro da meta apenas em 2010.
A projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou para 6,2 por cento, ante 6,1 por cento previstos no documento do terceiro trimestre.
Para 2009, o prognóstico para a alta do IPCA é de 4,7 por cento, contra o anterior de 4,8 por cento.
O BC espera que a inflação atinja o centro da meta de 4,5 por cento no segundo trimestre de 2010 e feche o ano em 4,2 por cento.