VCP atinge estimativas de produção em 2008

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SÃO PAULO, 2 de abril de 2009 - O ano de 2008 foi desafiador para a Votorantim Celulose e Papel (VCP), devido às metas arrojadas e às mudanças no cenário macroeconômico, avaliou José Luciano Duarte Penido, diretor presidente da VCP, em teleconferência a respeito dos resultados da companhia.

A empresa registrou um prejuízo de R$ 970 milhões no quarto trimestre de 2008, ante um lucro líquido de RS 191 milhões no mesmo período de 2007. No acumulado do ano, a perda somou R$ 1,312 bilhão, frente a um resultado positivo de R$ 838 milhões obtidos em 2007.

O executivo afirmou que a ambigüidade que caracterizou o ano passado exigiu adaptação da companhia. "No primeiro semestre, a economia estava embalada no otimismo vindo de 2007, já no segundo semestre ocorreu uma reversão no panorama global, no qual tivemos redução do crédito e queda dos investimentos", destacou Penido.

Mesmo diante desse novo arranjo econômico, as vendas de celulose da VCP atingiram 298 mil toneladas no quarto trimestre de 2008, ficando 5% acima do guidance (283 mil toneladas) e 11% acima do terceiro trimestre (268 mil toneladas). Com isso, a companhia apresentou um volume recorde de vendas no ano: 1,2 milhão de toneladas de celulose.

De acordo com o diretor presidente, o bom volume vendido entre outubro e dezembro de 2008 colocou os estoques da VCP nos patamares considerados normais, próximos de 40 dias.

Apesar da recessão que assolou o continente, a Europa ainda representava a maior participação na distribuição geográfica das vendas, com 60% no quarto trimestre do ano passado, seguida pela Ásia (30%) e Américas (10%).

Por sua vez, as vendas de papel atingiram 107 mil toneladas no quarto trimestre de 2008, ficando em linha com guidance para o ano. No acumulado de 2008, o volume atingiu 391 mil toneladas, 3% acima das expectativas iniciais.

Segundo Marcelo Castelli, diretor de operações, planejamento estratégico e negócio de papel, a desvalorização cambial manteve o mercado doméstico favorável para produtores locais no último trimestre de 2008. "O preço médio aumentou 6% em reais", disse Castelli.

Paulo Prignolato, diretor de finanças e relações com os investidores (RI), explica que o efeito negativo da desvalorização cambial foi compensado pela receita de celulose e exportação de papel.

"Para a VCP, a lição de casa foi exaustiva, mas alcançamos as metas traçadas para o ano", destacou Penido.

(Micheli Rueda - Investnews)