Brasil é 7º mais prejudicado por medidas protecionistas
Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - Barreiras alfandegárias adotadas por diversos países colocaram o Brasil em sétimo lugar no ranking das nações mais afetadas por protecionismo no comércio internacional. O diagnóstico foi feito pelo Global Trade Alert (GTA), que monitora barreiras nas trocas globais. A tensão entre China, que lidera o ranking das mais prejudicadas, e União Europeia, segunda da lista, aumentou na última quinta-feira.
Pequim denunciou o bloco europeu na Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa da sobretaxa na entrada de calçados chineses nos 27 países comunitários. A China, maior exportadora mundial de mercadorias, é o país mais atingido, com 337 medidas protecionistas, seguida pela União Europeia (UE), com 276, pelos Estados Unidos, com 213, Japão, com 173, Coreia do Sul, com 154, e Tailândia, com 142.
Em seguida, vem o Brasil, prejudicado por 136 medidas protecionistas adotadas pelos parceiros. As medidas incluem aumento de tarifas, subsídios à exportação, mais exigências de licença de importação e 20 outras restrições.
A Rússia é o país que mais criou barreiras contra produtos brasileiros, num total de 16. Em seguida, aparecem a Argentina, com 9; Índia, com 6; Alemanha, com 5; e China, com 3.
Disputas
Pressionados por sindicatos, governos de países prejudicados por medidas protecionistas vêm abrindo queixas na OMC. No caso da disputa entre China e UE pelo comércio de sapatos, ironicamente, os chineses têm o apoio de alguns dos maiores fabricantes de calçados da Europa, como Adidas e Puma.
Bruxelas é um dos países que aplica sobretaxas de 9,7% a 16,5% sobre os calçados importados da China, alegando que os preços excessivamente baixos chineses ameaçam a indústria doméstica europeia já sob forte pressão competitiva.
O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, tem advertido que o aumento de disputas comerciais parece inevitável, na medida em que o desemprego continua alto, e os governos são submetidos a mais pressões para elevar barreiras.
Esta semana, a UE pediu autorização à OMC para retaliar os EUA em US$ 311 milhões por causa de barreiras protecionistas. O Vietnã também denunciou os EUA por antidumping que considera ilegal contra suas exportações de camarões. Brasil e Japão juntos têm no gatilho o direito de retaliar produtos americanos em mais de US$ 1 bilhão. Já Brasil, Austrália e Tailândia ameaçaram iniciar um caso contra a Europa na área agrícola.
Segundo a OMC, o fluxo de exportações voltou a crescer em 2010, mas em um ritmo ainda insuficiente para compensar as perdas de 2009, o pior ano em sete décadas.
Com agências