DIs de curto prazo oscilam pouco na BM&FBovespa

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SÃO PAULO, 2 de março de 2010 - As projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) seguem com discretas oscilações no curto prazo e queda nos vencimentos mais longos na BM&FBovespa. Há pouco, o DI com vencimento em janeiro de 2011, o mais negociado, apontava taxa anual de 10,46%, ante 10,45% do ajuste anterior. Na ponta longa, o DI para janeiro de 2017 cedia de 12,62% para 12,53%.

Na pauta dos negócios desta terça-feira está o resultado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) que apresentou desaceleração, para 0,74% em fevereiro, acima da mediana das expectativas (0,65%), porém registrando importante arrefecimento ante as prévias anteriores e ao resultado de janeiro (1,34%), destaque para a desaceleração dos grupos transportes e educação, porém os alimentos voltaram a subir nesta última apuração.

Outro indicador divulgado nesta manhã foi o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 28 de fevereiro que decresceu em 6 das 7 capitais pesquisadas. Apenas no Rio de Janeiro o índice avançou, ao passar de 0,62%, para 0,76%.

Mesmo com os dados de inflação mostrando desaceleração, os agentes financeiros ainda digerem o dados do boletim Focus divulgado ontem revelando elevação das estimativas do mercado para a inflação a ser registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano e no próximo, dado esse que divide os agentes em relação ao rumo da Selic, fixada em 8,75% ao ano.

Diante de uma expectativa de inflação mais pressionada os agentes financeiros voltam a estimar aumento nos juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, o mercado segue dividido entre as reuniões de março e abril para a data de início do ciclo de aperto monetário.

A equipe econômica do banco Fibra mantém o cenário de alta dos juros em abril, a despeito da decisão sobre os compulsórios, que sinaliza um BC mais confortável com a situação de liquidez dos bancos e, talvez, mais preocupado com o ritmo de recuperação da atividade econômica.

No front externo, conforme esperado, o Reserve Bank of Australia (RBA, o banco central australiano) elevou o juro básico do país em 0,25 ponto porcentual, para 4%. É a quarta elevação em cinco encontros da autoridade monetária, após a surpreendente pausa na última reunião.

(Maria de Lourdes Chagas - Agência IN)