Acréscimo no desemprego é sazonal e não indica tendência

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SÃO PAULO, 24 de junho de 2010 - O acréscimo de 0,2 ponto percentual na taxa de desemprego brasileira, para 7,5% em maio, ante abril, não é preocupante e não indica tendência, segundo Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios. "O acréscimo é sazonal e, portanto, já era esperado", afirmou, completando que o importante é a taxa ter ficado abaixo do apurado nos anos anteriores, inclusive na comparação com o período pré-crise.

O professor destacou a falta de mão de obra especializada no País, segundo ele, este ainda é um empecilho para a ocupação de muitos postos de trabalho. "Temos que lembrar que o Brasil está crescendo, tem economia sólida, e a mão de obra especializada será um dos gargalos para a expansão. É preciso investir pesadamente nesta profissionalização o mais rápido possível", disse.

Leite completou que a "importação de mão de obra especializada" não deverá atrapalhar a expansão do emprego no País. "Tem espaço para crescer, a entrada de profissionais de fora não seria suficiente para interferir nisso."

O professor considerou ainda que o aumento da taxa básica de juros (Selic) prejudica a criação de postos de trabalho, ele ponderou, entretanto, que o aumento recente, elevando a taxa para 10,25% ao ano, ainda é insuficiente para exercer impacto negativo sobre o mercado.

(Carina Urbanin - Agência IN)