Dólar ignora piora externa e segue em baixa
Os principais indicadores das bolsas de valores norte-americanas operam com volatilidade diante da atenção dos investidores que segue dividida entre balanços corporativos animadores e indicadores macroeconômicos negativos.
Pela manhã foi informado que as as encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos caíram 1% em junho, resultado bem distante do esperado pelos analistas, que apostavam em crescimento de 1% no mês. Além disso, a Mortgage Bankers Association (MBA), órgão que representa a indústria de financiamento imobiliário norte-americana, notou nova queda nos pedidos de empréstimos. As solicitações de hipotecas caíram 4,4% na semana encerrada em 23 de julho, em relação à semana anterior.
Para analistas durante o dia, os eventos com mais potencial para imprimir rumo ao mercado de câmbio são internacionais. O mercado aguarda com atenção a divulgação após o fechamento do mercado europeu do Livro Bege sobre as condições da economia norte-americana.
Por aqui, o Tesouro Nacional divulgou o resultado final da reabertura do bônus da República denominado Global 2021, com vencimento em 22 de janeiro de 2021. Os títulos, que são da dívida externa, foram negociados em US$ 825 milhões, sendo US$ 750 milhões nos mercados europeu e norte-americano, e US$ 75 milhões no mercado asiático.
No entanto, Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK comenta que mesmo diante das boas perspectivas para o Brasil, o dólar tende a seguir pressionado pela possibilidade de o Banco Central (BC) atuar mais fortemente para reduzir a posição vendida do mercado.
Na avaliação da executiva, os dados do balanço de pagamentos e do fluxo cambial efetivo de julho, em meio a um cenário externo ainda em fase de recuperação, além da continuidade das atuações moderadas do BC no mercado à vista, são suficientes para manter as cotações flutuando no intervalo de R$1,75 a R$1,80.
(Maria de Lourdes Chagas - Agência IN)