Estônia adota moeda europeia, apesar da crise da zona euro

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TALLINN - A Estônia, que sai de maneira exemplar de uma profunda recessão, adotará em janeiro a moeda europeia, apesar da zona euro atravessar a pior crise desde sua criação em 1999 em consequência da enorme dívida soberana de muitos membros.

O país báltico, de 1,3 milhão de habitantes, membro desde 2004 da União Europeia (UE, de 27 membros), será a partir de 1º de janeiro o 17º integrante da zona euro. Também será o terceiro antigo Estado comunista a adotar a moeda, depois de Eslovênia, em 2007, e da Eslováquia, em 2009.

Segundo as pesquisas, quase metade dos estonianos aprova a adoção do euro em substituição à coroa, moeda nacional criada em 1992 para suceder o rublo soviético, depois de cinco décadas de dominação de Moscou.

O governo de centro-direita da Estônia, que aplicava uma política econômica rigorosa desde antes da crise mundial, considera que a mudança para o euro é vantajosa e constitui uma fase lógica para uma pequena economia aberta ao mundo.

"O Fundo Monetário Internacional (FMI) indica que a troca para o euro deverá acelerar o crescimento entre 0,15% e 1% ao ano, ao longo das próximas duas décadas", declarou à AFP o ministro estoniano da Economia, Juhan Parts.

"Nosso comércio exterior acontece em 80% dentro da UE. O mercado comum é vantajoso para todos nós, pois os empresários estonianos poderão vender seus produtos mais facilmente, criando empregos", completou.

A Estônia, chamada de "tigre do Báltico" pela rápida passagem de uma economia centralizada a uma de mercado e por seu impressionante crescimento, já havia tentado integrar a zona euro em 2007, mas foi impedida pela inflação elevada.