Dólar cai abaixo de R$ 1,65

Por Simone e Silva Bernardino

SÃO PAULO - O dólar cai abaixo de R$ 1,65 nesta manhã, empurrado pelo fluxo cambial e a disputa típica de fim de mês envolvendo o vencimento dos contratos futuros. Há pouco, a moeda estrangeira cedia 0,48%, a R$ 1,644 na venda.

Segundo especialistas, o mercado de câmbio deve continuar testando o Banco Central e novos patamares para o dólar. “Enquanto a política monetária mantiver os juros elevados, atraindo capital especulativo, a tendência do câmbio é mais e mais para baixo", avalia o gerente de câmbio da EBS Capital, Pedro Zotovici. O executivo destaca que os fundamentos macroeconômicos do Brasil e o colchão formado pelas reservas cambiais reforçam a liquidez especulativa em bolsa e favorece os movimentos de arbitragem.

Neste cenário, a cobrança de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos internacionais feitos por bancos e empresas com prazos inferiores a 360 dias, que passou a valer a partir de ontem, não impacto nos negócios. Na avaliação de Guido Mantega, ministro da Fazenda, esta medida tem por objetivo diminuir o ingresso de dólares, que esta muito forte e prejudica o câmbio, prejudicando exportadores e a produção de manufaturados.

O ministro explicou que o forte movimento de tomada de recursos no exterior tem ocorrido porque as taxas de juros cobradas lá fora são bastante inferiores às praticadas no Brasil, o que permite arbitragens com esses recursos. Outra razão para a medida, considerada prudencial pelo ministro, será atenuar o endividamento das empresas brasileiras e dos bancos no exterior. Para Zotovici, a medida acaba tributando a produção, o que é um grande erro e pode criar problemas.