Sem agenda econômica, bolsas devem apresentar volatilidade 

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As principais bolsas de valores mundiais devem operar entre ganhos e perdas diante de um mercado sem uma agenda econômica de destaque. Com este cenário, ganham força as notícias de que o PIB do Japão ficou abaixo do esperado. Além disso, os investidores ainda aguardam o anúncio de novas medidas de estímulos por parte dos bancos centrais da Europa e Estados Unidos. Enquanto isso, as bolsas europeias operam em direções opostas e o indicador futuro nos EUA aponta para uma abertura no mesmo sentido.

Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa na primeira sessão da semana, refletindo a divulgação do PIB japonês, cujo resultado ficou abaixo do esperado e as perspectivas ainda desfavoráveis para a economia chinesa, com revisões para baixo do PIB projetado para este ano.  Com isso, a Bolsa de Tóquio encerrou a sessão de segunda-feira praticamente estável, com uma leve baixa de 0,07%. O índice Nikkei 225 perdeu 6,29 pontos, a 8.885,15 unidades.

Causando certo receio nos investidores, o ritmo de crescimento do Japão caiu claramente entre abril e junho a 0,3% trimestral, devido a uma progressão muito mais rápida do consumo, anunciou o governo esta segunda-feira. O Produto Interno Bruto da terceira potência mundial subiu notavelmente no primeiro trimestre, 1,3%, impulsionado pelos bônus governamentais à compra de carros de baixo consumo energético e por orçamentos públicos de reconstrução do nordeste do país, arrasado por um terremoto.

No ambiente europeu, as bolsas operam ligeiramente positivas, porém mostrando bastante volatilidade e com volume de negócios reduzido. Com isso, em Londres, o índice FTSE 100 opera com perdas de 0,07%, aos 5.843 pontos; o DAX, em Frankfurt, apresenta ganhos de 0,30%, aos 6.965 pontos; e em Paris, o índice CAC-40 valoriza 0,28%, aos 3.445 pontos.

Lá fora o sentimento pessimista prevalece. A economia da Grécia, que está no quinto ano consecutivo de recessão, registrou uma grande contração de 6,2% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2011, segundo as primeiras estimativas oficiais divulgadas pelo governo.

Enquanto isso, o Tesouro italiano emitiu nesta quinta-feira títulos para captar no mercado de obrigações, como estava previsto, € 8 bilhões a um ano com juros em leve alta. As taxas dos títulos a 12 meses chegaram a 2,767%, contra 2,697% na última operação similar em 12 de julho.

E a Alemanha emite dívida com taxas negativas e bate recorde. Diante da instabilidade no mercado de dívida da Eurozona, os investidores continuam pagando para emprestar dinheiro à Alemanha, que nesta segunda-feira emitiu bônus a seis meses a uma taxa de juros negativa que marcou um novo recorde em baixa, indicou o Bundesbank. A Alemanha colocou € 3,77 bilhões a seis meses com um rendimento médio de -0,0499%, um novo mínimo histórico para este título a curto prazo. A taxa desta segunda-feira bate o recorde em baixa estabelecido na emissão anterior do mesmo tipo, ocorrida no dia 9 de julho, quando a taxa de juros foi de -0,0344%.

Em Wall Street, o indicador futuro da bolsa norte-americana apresenta ligeira queda, sob influência do PIB do Japão.

Por aqui, o Ibovespa, deverá seguir em linha com o mercado externo que apresenta certa volatilidade diante de notícias negativas do Japão e em um dia onde não teremos uma agenda de destaque.

Entre as divulgações brasileiras, o Banco Central (BC) divulgou o boletim Focus, no qual a estimativa de inflação deste ano (IPCA) passou de 5,00% para 5,11%. Já para 2013, permaneceu 5,50%.

E a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional para 2013 permaneceu em 4,00%. Já para este ano, o prognóstico do PIB recuou a 1,81%, contra 1,85% apontados anteriormente.

Para finalizar, a expectativa para o crescimento da produção industrial neste ano passou de -0,69% para -1,00%. Para o ano seguinte, a expectativa ficou em 4,30%.

No mercado de câmbio, a maioria das moedas deve se desvalorizar em relação ao dólar e o real deve apresentar uma ligeira desvalorização.