França espera relatório para decidir sobre prazo para ajuste fiscal grego
Brasília - O Presidente francês, François Hollande, disse que a Grécia deve provar a “credibilidade” dos seus compromissos e que a Europa deve “ter consciência de tudo o que foi já feito” por Atenas. Hollande teve um encontro hoje em Paris com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras.
Assim como já disse a chanceler alemã, Angela Merkel, Hollande prefere aguardar o relatório da “troika” (União Europeia, FMI e Banco Central Europeu) sobre a situação da economia grega (previsto para o fim de setembro) para discutir a flexibilização do programa de ajuste fiscal grego.
Enquanto isso, “a Grécia deve fazer prova da credibilidade do seu programa e dos seus compromissos”, disse Hollande. O francês defende que a Grécia continue a ter o euro como moeda. “Devemos fazer com que a questão da permanência da Grécia na Zona do Euro não se ponha mais. Porque, para mim, essa questão não se coloca. A Grécia faz parte da Zona do Euro, deve permanecer aí”, acrescentou.
A Grécia vai “ter sucesso, vai permanecer na Zona Euro”, garantiu o primeiro-ministro grego, Samarras, afirmando que há desejo de “alguns” de continuar “a especular” contra o seu país.
Samaras foi a Paris tentar negociar um prazo suplementar de dois anos, até 2016, para equilibrar as contas do país. Pelo mesmo motivo, o primeiro ministro esteve sexta-feira em Berlim. “Não queremos mais dinheiro, queremos mais tempo para respirar”, disse, ao lado da chanceler alemã.
Os emissários da “troika” irão a Atenas quinta-feira (30) para avaliar a economia grega e preparar o relatório. Para receber a cota de empréstimo da União Europeia (€ 31,3 milhões), a Grécia deverá ter feito cortes de despesas que equivalem a € 11,5 milhões.
A poupança forçada fez o governo elevar a idade mínima de aposentadoria (68 anos); reduzir em 20% as aposentadorias; e desencadear programa de privatizações que fechará 40 mil postos de trabalho em empresas estatais. O desemprego na Grécia já atinge 23% da população.