SBM teria pagado suborno a funcionários da Petrobras

Propina da empresa com sede na Holanda seria para obter contratos 

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A SBM Offshore, sediada na Holanda e proprietária da maior frota mundial de plataformas para exploração de petróleo do mundo, teria pagado US$ 139 milhões de suborno a funcionários da Petrobras, por meio de comissões, para obter contratos com a estatal. A denúncia foi feita por  um ex-empregado da empresa e serviu para abertura de investigação por autoridades da Holanda, Inglaterra e Estados Unidos. Atualmente, a SBM tem participação majoritária em nove plataformas alugadas ou encomendadas pela Petrobras.

Os pagamentos de propina aos funcionários da Petrobras,de acordo com a denúncia teriam sido feitos pelo representante comercial da SBM no Brasil, Julio Faerman, e por empresas ligadas a ele, entre as quais a Faercom Energia Ltd., JF Oildrive Consultoria em Energia Petróleo, Bienfaire, Jandell, Journey Advisors e Hades Production Inc. A operação triangular começava com as transferências de recursos da SBM para Faerman e as demais empresas que posteriormente repassavam aos funcionários da estatal brasileira.

A “comissão” da SBM era de 3% sobre o valor do contrato, sendo que 1% ficava para Faerman e as empresas ligadas a ele. Os outros e 2% eram repassados aos funcionários da Petrobras. O ex-funcionário da SBM que fez a denúncia não citou nomes de quem recebeu a propina, mas fez referências a conversas com o presidente da SBM, Bruno Chabas, que não descartou a possibilidade dos pagamentos serem feitos para financiar partidos políticos. Em resposta ao Jornal do Brasil, a Petrobras disse que não comentaria o caso.

A Petrobras, no entanto, encomendou a SBM diversas plataformas para exploração de petróleo no valor total de US$ 23 bilhões, algumas ainda em construção. As investigações sobre pagamento de suborno feito pela SBM envolvem empresas e autoridades da Itália, Malásia, Cazaquistão,Guiné Equatorial, Angola e Iraque, além do Brasil. Em nota, publicada esta semana, a SBM esclareceu que identificou indícios de que os pagamentos teriam sido feitos por intermediários a funcionários de governos e que as informações sobre essa possibilidade já teriam sido repassadas às autoridades competentes, mas até o momento, afirma a nota, nenhuma prova conclusiva surgiu no curso das investigações.