Nota de risco do Brasil só depois das eleições
Agência Moody’s só se manifesta após outubro
A agência de classificação de risco Moody’s vai esperar passar as eleições presidenciais para divulgar sua nota de classificação de risco do Brasil. A informação foi dada pelo vice-presidente e analista sênior da agência, Mauro Leos, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Segundo ele, as eleições deverão limitar a disposição do governo em ajustar sua contabilidade e, por isso, há uma compreensão da agência que está disposta a esperar passar o pleito. Uma mudança antes disso, diz ele, somente se os dados de crescimento brasileiro e contas públicas vierem muito abaixo do esperado.
Mauro Leos afirmou que o mais interessante para a Moody’s é que o governo brasileiro está mais realista em termos de números e metas. Há, segundo ele, um crescimento menor do PIB, menor crescimento das receitas e um superávit menor em termos de recursos. Mas esses indicadores vieram de acordo com as expectativas dos analistas e indicam que o governo está se movendo no sentido de se aproximar dos mercados.
Leos também ressaltou que o superávit de 1,9%, mesmo sendo o esforço mínimo, alcançá-lo não será tarefa fácil para o governo.Segundo ele, vai exigir um grande esforço do governo. Mas, ressaltou que não é um grande superávit primário. “O Brasil já foi capaz de entregar superávits mais robustos, de até 3% do PIB. Mas, nas circunstâncias atuais, de menor crescimento econômico, chegar a 1,9% não será automático”, disse ele.