Em outubro, Poupança tem a menor captação em 6 anos

Depósitos superaram retiradas em R$ 540 milhões, segundo o Banco Central

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Relatório do Banco Central (BC) divulgado nesta quinta-feira (6) mostra que, em outubro, a Poupança teve a menor captação dos últimos seis anos. Os depósitos superaram os saques em R$ 540 milhões. Foi a menor entrada líquida (depósitos menos retiradas) de recursos para meses de outubro desde 2008, quando houve a saída de R$ 284 milhões da caderneta.

No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, os depósitos na poupança superaram as retiradas em R$ 16,07 bilhões, a menor entrada de recursos para este período do ano desde 2011, quando R$ 10,56 bilhões entraram na caderneta. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve queda de 70%.

Segundo o BC, em outubro deste ano os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 144,22 bilhões, enquanto os saques ficaram em R$ 143,68 bilhões. O volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores alcançou R$ 3,54 bilhões no mês passado.

Após a elevação da taxa Selic (juros básicos da economia) para 11,25% ao ano, o pequeno poupador deve analisar bem onde investir seu dinheiro. De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a alta dos juros básicos manteve os fundos de investimento mais atrativos do que a caderneta na maioria das simulações, apesar de a poupança não pagar impostos nem taxas de administração.

Segundo a Anefac, apenas nos casos em que os fundos de investimento cobram altas taxas de administração – a partir de 2,5% ao ano –, a poupança torna-se mais vantajosa. Para taxas de 2% ao ano, a caderneta só rende mais do que os fundos em aplicações de até um ano.

Para taxas de administração de 1,5%, a poupança ganha apenas se o dinheiro ficar aplicado no máximo seis meses. Nos fundos com taxa de até 1% ao ano, a caderneta perde em todas as simulações.

Pela regra atual, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a taxa referencial (TR), uma taxa variável. Essa fórmula está em vigor desde agosto do ano passado, quando a Selic foi reajustada para 9% ao ano.

Quando os juros básicos da economia estão iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a TR.

Com Agência Brasil