Alimentação e bebidas pressionaram inflação em junho
Mesmo fechando junho com ligeira queda de preços em relação a maio, alimentação e bebidas foram os que mais pressionaram a alta de 0,35% da inflação em junho. E o feijão-carioca apresentou a maior alta de preços.
Os dados fazem parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas fechou junho com alta de 0,71%. Apesar de ter subido menos em relação a maio (que foi 0,78%), foi o grupo que mais impactou o IPCA.
A inflação oficial do país, medida pelo IPCA, caiu 0,43 ponto percentual no mês de junho em relação a maio, ao passar de 0,78% para 0,35%. A taxa de junho (0,35%) é a menor desde agosto do ano passado (0,22%).
Feijão
As maiores altas foram o feijão-carioca (41,78%); o feijão-mulatinho (34,15%); leite longa vida (10,16%). Esses produtos equivalem a 60% do IPCA.
No mesmo grupo, os produtos que tiveram queda de preços foram: cenoura (23,72%); cebola (17,78%); tomate (-8,08%); e frutas (-7,58%). A batata-inglesa, que fechou maio com alta de 19,12%, também teve desaceleração em junho, ao cair para 2,08%.
Em outros grupos, também houve redução nos preços: habitação (de 1,79% para 0,63%); artigos de residência (de 0,63% para 0,26%); vestuário (de 0,91% para 0,32%); saúde e cuidados pessoais (de 1,62% para 0,83%); despesas pessoais (de 1,35% para 0,35%) e educação (de 0,16% para 0,11%).
Preços administrados
Grande vilão da inflação no ano passado, a queda dos preços administrados foram determinantes para o IPCA fechar o mês passado com índice menor na comparação com maio. Os itens que integram os administrados passaram de 1,4% para 0,24%.
Segundo a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes, os preços continuam subindo, mas com menor intensidade. “Houve em junho a colaboração dos preços administrados, embora os alimentos insistam em continuar subindo, mas ainda assim agora em menor intensidade”.
Para a técnica do IBGE, a alta dos preços dos alimentos tem relação direta com os problemas climáticos, que afetaram a safra este ano. Projeções do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), apontam que a safra deve ser 10% menor em comparação a do ano passado, que teve números recordes.
“Algumas lavouras estão sendo prejudicadas este ano pela seca no Nordeste e Centro-Oeste e pelo excesso de chuva no Sul”, disse.
Regiões
Entre as 13 regiões metropolitanas e municípios pesquisados pelo IBGE, 12 fecharam com retrações de preços de abril a maio. A única exceção foi Goiânia, onde o IPCA subiu de 0,28% para 0,39%.
Belo Horizonte registrou a maior queda no período (de 0,78% para 0,66%), e a menor foi em Porto Alegre, onde houve deflação de 0,02%. No Rio de Janeiro, a taxa caiu de 0,6% para 0,38%; e em São Paulo, de 0,93% para 0,41%.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos. O índice abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.