Justiça decreta insolvência de mais um banco italiano

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O Tribunal Civil de Chieti, cidade situada no centro-leste da Itália, declarou nesta terça-feira (19) a insolvência do CariChieti, um dos quatro bancos de pequeno porte resgatados em novembro de 2015 por um decreto do governo do primeiro-ministro Matteo Renzi.

A medida teve como objetivo evitar a quebra das instituições - que enfrentavam dificuldades financeiras havia anos - por meio do chamado "bail-in", quando o salvamento é feito com dinheiro dos próprios investidores.

Com o decreto, o governo substituiu o CariChieti e os outros três bancos - Marche, Etruria e Cassa di Risparmio di Ferrara - por quatro novas companhias, contendo apenas os ativos "saudáveis" das antigas instituições, como imóveis, funcionários e créditos que podem ser recuperados.

Os ativos deteriorados foram transferidos a uma nova sociedade, um "bad bank" que funciona como uma espécie de "lixeira" e existe apenas para abrigar os prejuízos e tentar vender os créditos podres a fundos especializados em recuperar ao menos parte dos investimentos.

Nessa operação, nenhuma pessoa que era apenas correntista ou havia investido suas economias em produtos ordinários perdeu dinheiro. Só ficou no prejuízo quem aplicou em ações dos bancos ou nas chamadas "obrigações subordinadas", ativos de alto risco que, em caso de insolvência, só são pagos depois de todos os outros créditos devidos pela empresa.

Após o decreto do governo, os ativos "bons" do CariChieti foram transferidos para o Novo CariChieti, que assumiu sua parte saudável. Já o antigo é o que teve sua insolvência declarada nesta terça-feira - ele tinha uma dívida de 45 milhões de euros.

Atualmente, o sistema bancário italiano passa por uma grave crise devido à elevada parcela de créditos deteriorados em suas carteiras (17%). Se não for encontrada uma solução rapidamente, a emergência pode contaminar toda a zona do euro e até mesmo afetar as relações da Itália com a União Europeia.