'The Wall Street Journal': Exxon Eyes se expande no Brasil
Negociações incluíram joint venture através de investimentos em projetos da Petrobras
Matéria publicada nesta quarta-feira (5) pelo The Wall Street Journal conta que a Exxon Mobil Corp., a única grande empresa petrolífera sem uma grande participação no Brasil, está em negociações para obter acesso aos recursos de águas profundas do país, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Segundo a reportagem as negociações incluíram discussões sobre uma joint venture através da qual a Exxon investiria em projetos com a Petrobras, bem como potencialmente comprando participações em offshore que o governo brasileiro planeja arrendar este ano, disse.
Os termos específicos do acordo ainda não foram concluídos, acrescenta o Journal. Uma pessoa advertiu que as negociações entre a Exxon e a Petrobras permanecem em fase prelimina, mas a Exxon, que tem observado os recursos hídricos no Brasil há pelo menos uma década, está trabalhando com a Hess Corp em busca de expansão no país depois que este revisou seus regulamentos no ano passado para atrair maior investimento estrangeiro.
Representantes da Exxon, da Hess e da Petrobras não quiseram comentar, informa o WSJ.
O noticiário diz que a Exxon se juntou a gigante francesa Total SA e à estatal norueguesa Statoil ASA, que formaram parcerias com a Petrobras e expandiram suas operações no Brasil no ano passado. A Royal Dutch Shell anunciou que planeja investir US $ 10 bilhões no país nos próximos cinco anos como parte de um esforço para dobrar sua produção global de águas profundas.
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A corrida para se expandir no Brasil ocorre justamente quando a Petrobras está vendendo dezenas de bilhões de dólares em ativos em uma tentativa de acabar com a maior dívida da indústria global de petróleo, avalia o diário norte-americano. O governo conservador brasileiro, no poder desde o destituição da ex-presidente Dilma Rousseff no ano passado, vê o investimento estrangeiro no setor de petróleo como a chave para uma recuperação econômica após a pior recessão registrada do país.
Os riscos crescem para as grandes companhias de petróleo, de acordo com o texto. A Petrobras, empresa dominante no Brasil, está no centro de um escândalo épico de corrupção e foi financeiramente afetada por sua dívida de US $ 118 bilhões. E enquanto o ambiente de negócios melhorou nos últimos nove meses, analistas políticos dizem que a eleição presidencial de 2018 poderia facilmente reverter essa tendência.
Ainda assim, o Brasil é uma das fronteiras petrolíferas mais importantes, com até 50 bilhões de barris de recursos recuperáveis. Alguns analistas dizem que o país tem a oportunidade de emergir como o quinto maior produtor mundial de crude em 2025, atrás apenas da Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos e Iraque, conclui The Wall Street Journal.