Pesquisas internas não apontam onda verde de Marina, diz presidente do PT

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        SÃO PAULO - Onda verde? Nas pesquisas internas da campanha de Dilma Rousseff, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, não identifica uma vaga eleitoral favorável à candidatura de Marina Silva (PV). Em conversa com o Terra, Dutra afirma que o crescimento de Marina ainda está restrito ao "voto urbano".

"Não estamos vendo isso. Há um crescimento da Marina, mas é pontual. Quando você fala em onda, não estamos vendo isso. É em regiões localizadas, o voto urbano, a Zona Sul do Rio de Janeiro, não é nada grande", sustenta o petista. Para Marina, que cita os casos de Salvador, de Porto Alegre e do Rio de Janeiro, "há uma onda verde em todo o país".

Na pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, Dilma sofreu um recuo de três pontos dos votos válidos, de 54% a 51%. Serra tem 32% e Marina, 14%. Segundo o instituto, Dilma oscilou negativamente em todos os estratos da população. Nesse cenário, volta a crescer a chance de uma decisão no segundo turno.

Dutra oferece uma leitura diferente, baseado em sondagens que alimentam o staff petista. "Eu não brigo com números, não entro em polêmica. Mas as nossas pesquisas não mostram isso", relata o coordenador da campanha de Dilma. "Nesta semana, vai ter uma sequência de pesquisas. Sai outro Datafolha, Ibope, vão sair várias. Essa semana tem pouco significado, domingo já é dia 3 de outubro".

O presidente do PT divulgou, nesta terça, uma carta à militância: "Com Dilma para a vitória em 3 de outubro". "Vamos confirmar nas urnas o que já se sente nas ruas, nas fábricas, nas escolas, na internet: é Dilma vitoriosa no primeiro turno das eleições", diz o texto. "Distribua nossas mensagens pela rede, acione o tweeter, siga nossos blogs, combata as mentiras e os boatos que os adversários espalham".

O conteúdo da carta se assemelha ao tom do discurso de José Eduardo Dutra no comício com Lula e Dilma em Campinas, em 18 de setembro, quando pediu aos militantes para "avermelharem o Brasil". Ele desvincula a queda de Dilma no Datafolha à elaboração do documento."Não tem nada com pesquisa, não. O PT sempre faz isso. Na última semana, a militância faz a diferença, mobiliza as pessoas. A nova carta não tem diferença. Fiz também pra deputados federais", conta.

Segundo Dutra, a campanha se afunila com o programa final de televisão - reforçado por depoimento de Lula - e com a presença de militantes nas ruas, já que Dilma não realiza mais comícios, apenas deve participar de uma caminhada em São Paulo.