Liga dos Campeões terá PSG e Liverpool no grupo da morte; Real Madrid domina premiações
Os grupos da morte estão lá. O grupo da vida também. Assim como times favoritos que terão um caminho facilitado pela frente. Todos os ingredientes de um bom sorteio marcaram presença na definição das chaves da Liga dos Campeões da Europa, ontem, em Mônaco. Na mesma cerimônia, o croata Luka Modric, do Real Madrid, foi anunciado como melhor jogador da última temporada europeia. O prêmio feminino ficou com a dinamarquesa Pernille Harder, do Wolfsburg.
Dos 32 participantes da principal competição interclubes do planeta, oito largam na frente como reais candidatos ao título, entre multicampeões e ótimos times que ainda buscam a glória máxima do futebol europeu: Atlético de Madrid (Grupo A), Barcelona (B), Paris Saint-Germain (C), Liverpool (C), Bayern de Munique (E), Manchester City (F), Real Madrid (G) e Juventus (H). Daí deverão sair os finalistas de Madri, em 1º de junho de 2018.
CR7 reencontra United
Sete deles farão de tudo para interromper o reinado do Real Madrid. O atual tricampeão perdeu o grande expoente de suas conquistas, Cristiano Ronaldo, para a Juventus, mas caiu em uma chave bastante acessível, com Roma, CSKA Moscou e Viktoria Plzen (República Tcheca).
O craque português, por sinal, sequer compareceu – por opção – à cerimônia em que concorreu com Modric e Salah pelo prêmio de craque da Europa. Cristiano não se pronunciará sobre o caso, mas seu agente, Jorge Mendes, esbravejou contra a eleição.
“O futebol joga-se dentro das quatro linhas, e aí Cristiano Ronaldo ganhou. Marcou 15 gols, levando o Real Madrid nas costas até a conquista da Liga dos Campeões mais uma vez. É pura e simplesmente ridículo. E em causa não está o vencedor, que é o melhor na sua posição”, desabafou Mendes em declaração ao jornal português “Record”.
Em sua estreia continental pela Juventus, que já amargou sete vices além dos dois títulos, Cristiano protagonizará uma das histórias marcantes da fase de grupos ao reencontrar o Manchester United – 23/10 na Inglaterra e 7/11 na Itália.
Nas oitavas de final de 2012/13, Cristiano Ronaldo marcou o gol da classificação do Real Madrid em pleno Old Trafford e não comemorou, em respeito ao clube no qual brilhou entre 2003 e 2009. De volta à Liga dos Campeões, o Valencia promete dificultar a vida de italianos e ingleses na luta pela classificação. O Young Boys, da Suíça, deverá sofrer para pontuar.
De um Ronaldo a outro, o Fenômeno prestará atenção especial no Grupo B, com três campeões europeus que fizeram parte da carreira do brasileiro: Barcelona, PSV e Internazionale. Apesar de ser o único sem título, o Tottenham de Dele Alli, Kane e cia desponta como favorito a uma das vagas, alguns degraus acima de uma Internazionale que retorna após sete temporadas longe do torneio.
Grupos da morte e da vida
Mesmo com os investimentos multimilionários do empresário catari Nasser Al-Khelaifi, o Paris Saint-Germain acumula decepção atrás de decepção na Liga dos Campeões. Muito se deve ao constante azar dos franceses nos sorteios da competição, que voltou a dar as caras ontem.
O time de Neymar terá Liverpool, Napoli e Estrela Vermelha (Sérvia) como adversários no grupo da morte, o C. Embora o elenco dos italianos seja inferior em relação aos dois favoritos, o trunfo é Carlo Ancelotti, único treinador em atividade com três títulos europeus, já que Zidane está sem clube.
Na contramão das chaves com favoritos de altíssimo nível, o Grupo D se destaca pelo total equilíbrio em um patamar médio. Lokomotiv Moscou, Porto, Schalke 04 e Galatasaray travarão uma batalha pelas vagas nas oitavas de final.
Quem teve sorte semelhante à do Real Madrid foi o Bayern, que enfrentará Benfica, Ajax e AEK Atenas no Grupo E. Candidatos ao título inédito, Atlético de Madrid e Manchester City são notadamente favoritos em seus grupos, mas podem encontrar alguns percalços pelo caminho. Borussia Dortmund e Monaco, no caso dos espanhóis, e Shakhtar Donetsk, Lyon e Hoffenheim para os ingleses.
Real Madrid domina seleção
Como de praxe nas premiações desse tipo, o campeão europeu teve controle absoluto sobre as conquistas individuais. Só deu Real Madrid nas categorias de melhor goleiro (Keylor Navas), melhor defensor (Sergio Ramos), melhor meia (Modric) e melhor atacante (Cristiano Ronaldo, agora na Juventus), além do prêmio principal de Modric.
Para ser eleito o craque do continente, o croata, também considerado o melhor da Copa do Mundo da Rússia, acumulou 313 pontos na votação dos 32 treinadores participantes da última Liga dos Campeões e de 55 jornalistas – um de cada país filiado à Uefa. Foram 90 pontos de diferença para o segundo, Cristiano Ronaldo, e quase 180 a mais que o terceiro, Salah (134).