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NAS QUADRAS - Tudo sobre basquete
Por PEDRO RODRIGUES
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Publicado em 10/02/2022 às 11:14
Alterado em 10/02/2022 às 11:18
Pessoal,
semana de trocas é sempre animada e com muito conteúdo legal. Semana que vem vamos falar muito das trocas. Nesta edição, trago para vocês um papo com o técnico do Brasilia Régis Marelli com exclusividade. No final da semana teremos uma edição especial com as trocas da NBA.
Boa leitura.
3 Pontos / Régis Marelli
(Técnico do BRB/Brasilia)
O sinal amarelo está ligado no Planalto Central. Estamos entrando no último quarto da temporada atual do NBB e o tradicional time do BRB/Brasilia não consegue fugir das incômodas últimas posições. O time se reforçou na temporada com a volta de Zach Graham, trouxe Ricardo Fischer (ex-Corinthians) e o pivô Ronald (ex-MInas), e tinha a expectativa de resultados melhores. O técnico Ricardo de Oliveira não resistiu ao péssimo começo de temporada com cinco derrotas consecutivas e foi demitido. Chegou o técnico Régis Marelli, ex- Paulistano, para dar um rumo ao time do Planalto Central. Conversamos com o técnico sobre o momento do Brasilia e o que esperar para este finalzinho de temporada.
Ponto 1: A temporada tem sido muito dura com o BRB/Brasilia. O time teve lesões em jogadores fundamentais como Fischer e Graham, e passou por derrotas traumatizantes (São Paulo, Pinheiros, Bauru e Caxias). Em quadra, o time mostra evolução especialmente com a volta do Fischer, mas os resultados não chegam. Qual o balanço que o senhor faz da temporada e quais são os principais objetivos agora?
Régis Marelli: Realmente está sendo muito mais difícil do que eu imaginava, principalmente pelos problemas de contusão, de covid-19 e gripe. Fiquei um mês praticamente sem poder fazer um coletivo porque não tinha dez jogadores disponíveis. O problema é de não conseguir trabalhar com o time de forma coletiva não somente no talento individual. Isso acabou pesando demais. Somando a isso, as derrotas têm um peso muito grande. A situação do Zach, quando aconteceu o problema que teve no coração [NOTA: Logo no começo de Janeiro, Zach Graham sofreu uma cirurgia cardíaca devido a um diagnóstico de arritmia] abalou o time também. Graças a Deus ele fez cirurgia e está recuperado, mas foi um momento difícil para a equipe. Agora, antes do jogo do São Paulo, conseguimos fazer seis treinos coletivos e a equipe já mostrou bastante evolução. Vamos por etapas.
Ponto 2: O senhor vem de dois trabalhos fantásticos no Paulistano que me pareceram bem autorais e complexos. Já o BRB/Brasilia, quando o senhor assumiu, a base já estava formada. O que muda na preparação do time? Acaba sendo um trabalho mais motivacional do que técnico?
Marelli: É lógico que a gente prefere montar equipe com jogadores que já conhecemos as características. Mas a equipe do BRB/Brasilia é uma equipe forte e tem bons jogadores. Não foi mal montada, mas como você disse na pergunta anterior, foram muitos problemas, especialmente com os principais jogadores que deveriam puxar a equipe. Isso acabou pesando demais, as derrotas têm um peso muito grande na moral (da equipe). Quando você começa a perder muito, essa moral vai embora e por mais que trabalhe não é tão fácil reverter.
Ponto 3: No BRB/Brasilia, o senhor tem Ricardo Fischer como um dos principais jogadores. As últimas partidas dele foram boas (São Paulo e Pinheiros) apesar das derrotas do time. Dá para perceber que o Fischer está arremessando mais, além de controlar as ações do time. Qual a sua avaliação deste jogador e o senhor espera um Fischer mais pontuador como era o Deryk no Paulistano?
Régis: O Ricardo Fischer é um baita jogador! Ele precisa achar o ponto de ser um finalizador sem perder a principal função dele, que é organizar e armar o time. Isso se trabalha com tempo, junto comigo. Vou passar para ele o jeito que gosto de trabalhar e vamos conseguir, mas tudo volta na mesma questão: precisa de tempo para trabalhar e jogadores saudáveis e inteiros.
Veja este caso: Nós tivemos duas derrotas para o São Paulo (86 a 90) e Pinheiros (107 x 95). O jogo com o São Paulo, estávamos com o jogo ganho. Sabemos a qualidade do São Paulo, mas entregamos o jogo. Se a gente ganha o jogo muda totalmente. Muda o astral. Muda tudo. Quando jogamos com o Bauru, começamos bem, mas na hora que o Bauru apertou, jogamos muito mal. Acabamos individualizando, isso é um problema pois quando as coisas começam a não dar certo a tendência é individualizar e assim não vamos chegar a lugar nenhum. Essa é a conversa agora, fazer o time voltar a jogar coletivamente e ai vemos onde chegaremos.
Eu falo para a equipe que nossa meta é jogo a jogo. Não adianta colocar uma meta sem ganhar jogo. Então precisamos dessa primeira vitória agora para nos dar moral e começarmos a construir a partir daí. Reafirmo que temos uma equipe bem forte, mas precisamos encaixar tudo. Voltando aos últimos jogos, contra o Pinheiros o Zach se sentiu mal e saiu no meio do jogo. Isso teve um peso grande. São vários que problemas que estamos enfrentando. Outro jogador que está fora é o Pedrinho Rava, quase dois meses fora.
De uma forma geral é isso. Acredito muito no time e vamos no jogo-a-jogo. Não coloco meta nenhuma já que quem sabe possamos ganhar diversos jogos e emplacarmos uma ida aos playoffs. Tudo é possível.
P.S.: Agradecimento especial ao técnico do Brasilia Régis Marelli e ao Sr. João Romariz da assessoria de imprensa do BRB/Brasilia pela entrevista.