NAS QUADRAS - Tudo sobre basquete

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Por PEDRO RODRIGUES

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Roupa suja

Certa vez, o repórter e analista de NBA da ESPN Americana Adrian Wojnarowski comentou que o que sai em jornais, redes sociais e canais oficiais sobre NBA é, no máximo, 5% de tudo o que acontece. Quiçá 5%, na verdade. De vez em quando, muito raramente, acontecem vazamentos em série como a passagem de Jimmy Butler em Minnesota e o Lakers de Magic Johnson na era Lebron. São exceções à regra.

Por não sabermos do todo, não é possível julgar uma situação tendo como base apenas 140 caracteres. Passamos por este preâmbulo todo para chegar na confusão armada pelo Boston Celtics e seu treinador Ime Udoka. Vamos recapitular os poucos “sinais de fogo” deste imbróglio. Na última quinta-feira, dia 22, um tuíte do próprio Wojnarowski comunicando uma iminente suspensão do técnico por uma temporada inteira. Não uma demissão, mas uma suspensão. O técnico sofreria a suspensão porque teve um caso consensual com uma integrante do “staff" do Boston Celtics. Udoka é casado com a atriz Nia Longe e, de acordo com o que foi noticiado, desde julho time e diretoria sabiam do affair. O inferno de Udoka piorou ainda mais quando o site de noticias de celebridades TMZ.com publicou que a pessoa que tinha relação com Udoka trabalhava no setor de viagens da empresa e chegava a marcar os voos e hospedagem da esposa do técnico (confiram por sua conta e risco aqui).

 

 

Essa é uma das histórias mais bizarras da história da NBA. Como um técnico que teve a vida exposta desta forma tem a menor condição física e mental de assumir o time na temporada 2023/24? Como os trabalhadores do dia-a-dia irão encarar Udoka depois de tudo isso? E se o técnico interino Joe Mazzulla for bem no cargo? Mantém ele? E pior: se ele não for bem no cargo? Chama de volta o Udoka?

Uma tremenda sinuca de bico para o presidente do time, Brad Stevens. O agora ex-quase-futuro-técnico Udoka tinha sido escolha de Stevens, que o considerava “homem de confiança” (sem ironias aqui). Tudo parecia alinhado para o time decolar. O ex-time de Larry Bird foi vice-campeão na temporada passada com um sistema defensivo de dar inveja, se reforçou muito bem para a próxima temporada e tem altíssimas expectativas para este ano.

O que aconteceu de verdade mesmo para o Celtics criar essa confusão toda? Nunca saberemos. O que dá para “pescar" é que foi algo extremamente grave. Vazar uma noticia destas na semana que o agora ex-dono do Suns, Robert Saver, foi compelido/obrigado a vender sua parte no time do Arizona por má conduta, só aumenta o ruído todo em relação ao “Caso Udoka”.

Cabe ao Boston Celtics não permitir uma “ressaca moral” afetar o time e confirmar o seu favoritismo no Leste. Estas tarefas serão mais fáceis de prever do que acontecerá na possível volta de Ime Udoka ao comando do time em 2023/24.


Plim-Plim

 

O anúncio de que o Sportv irá transmitir o NBB foi uma excelente noticia para o basquete nacional (release aqui). Enquanto alguns pensam como será a transmissão da próxima temporada que está logo ali, parte do público mais velho está empolgado com a possibilidade do NBB utilizar o vasto arquivo que a Globo possui do campeonato.

Para quem não lembra, a Vênus Platinada foi parceira na criação do NBB, e tem no seu acerto pérolas como o primeiro Jogo das Estrelas no Maracanãzinho em 2008, os playoffs de 2015 entre o Mogi do técnico Paco Garcia e o Bauru de Guerrinha, e todas as finais de 2008 até 2014. Tomara que o contrato envolva estes e outros clássicos do basquete nacional.