Rebeca Andrade desbanca Simone Biles e conquista o bicampeonato mundial no salto

Um dia após a conquista no individual geral, Simone e Rebeca invertem posições no pódio na disputa por aparelho

Por GABRIEL MANSUR

Simone Biles (2ª), Rebeca Andrade (campeã) e Yeo Seojeong (3ª) no pódio

A brasileira Rebeca Andrade superou a norte-americana Simone Biles, maior nome de todos os tempos da ginástica artística, e conquistou o bicampeonato mundial do salto, na Antuérpia - ela também é a atual campeã olímpica da prova. A medalha de ouro veio após ela conseguir executar seus dois saltos quase cravados e garantir uma média de 14,750.

Maior medalhista de mundiais da história, Biles repetiu o elemento de maior pontuação na ginástica, homologado no Mundial da Antuérpia, o Biles II, mas desta ela caiu e terminou com a prata, com somatório de 14,549 pontos. O bronze ficou com a sul-coreana Yeo Seojeong, com 14,416 pontos.

Essa foi a revanche da brasileira contra a norte-americana. Nesta sexta-feira (6), no individual geral, Biles foi melhor que Rebeca e garantiu sua sexta medalha de ouro na prova mais nobre do Mundial de Ginástica Artística. Na ocasião, Simone arriscou um Cheng cravado e conseguiu 15,100 pontos no salto, enquanto Rebeca manteve a média de 14,700.

As adversárias, que são as principais estrelas do esporte na atualidade, ainda se enfrentam nas finais da trave e do solo, neste domingo (8), a partir das 9h (de Brasília). No individual geral, Biles tirou notas melhores do que Rebeca nas duas provas.

"Esse ouro significa que nosso trabalho continua dando certo, tanto na parte técnica quanto mental e física. Trabalho de todo mundo para eu conseguir controlar minha mente e meu corpo. Deu tudo certo", disse a ginasta.

A atual campeã olímpica do salto e campeã mundial em 2021, Rebeca não tinha conseguido a vaga na final no Mundial do ano passado, em Liverpool, depois de um susto que acabou forçando a atleta abortar um dos saltos na classificatória. Em 2023, diferentemente do ano passado, Rebeca foi bem em todas as passagens que fez no salto durante o Mundial e repetiu na final deste sábado.

Essa foi a terceira medalha de Rebeca na cidade belga: ela havia conquistado duas de prata - equipes e individual geral. Ela aumentou seu próprio recorde de medalhas em uma única edição de mundial, que antes pertencia a 2022, quando ela faturou duas medalhas - ouro no individual e prata nas barras assimétricas.

Rebeca ainda pode aumentar esse número com as finais da trave e do solo. Ela também tem outro recorde: a maior medalhista brasileira em mundiais, com sete até o momento.

A prova

Última a se apresentar entre as nove finalistas, Rebeca teve a oportunidade de ver todos os saltos de suas adversárias. No primeiro salto, um Cheng, o salto com maior grau de dificuldade e uma aterrisagem com pequeno passo, Rebeca tirou a maior nota da final: 15,000 pontos. No segundo voo, um Yurchenko com dupla pirueta, nem precisou fazer a dupla pirueta e meia. Também foi praticamente perfeita e somou 14,500. Com média final de 14,750 pontos, celebrou o ouro.

Já Biles foi a primeira a se apresentar. Mais uma vez apresentou o Biles II, elemento mais difícil da ginástica, mas desta vez a execução não saiu como gostaria, não conseguiu aterrissar bem e caiu. Ainda terminou com a nota de 14,433 pontos. No segundo salto, executou um Cheng com pequenas falhas de execução e tirou 14,666. Ficou com a média de 14,549 pontos. A prata no salto foi sua 35ª medalha em mundiais.

Barras assimétricas

Simone ainda participou da final das barras assimétricas, mas ficou apenas na quinta colocação, com 14,200 pontos. A campeã foi a chinesa Qiyuan Qiu, de apenas 16 anos, com 15,100 pontos. A prata ficou com Kaylia Nemour, francesa que atualmente defende a Argélia, com 15,033 pontos. O bronze ficou com a americana Shilese Jones, com 14,766 pontos.