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Libertadores: Conmebol cogita final sem público após 'guerra' no Rio, mas CBF descarta

Entidade convocou representantes de Fluminense, Boca Juniors, AFA e CBF para tentar conter as brigas entre brasileiros e argentinos

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 03/11/2023 às 13:39

Alterado em 03/11/2023 às 13:55

Torcedores de Fluminense e Boca Juniors protagonizam cena de guerra em Copacabana Foto: Reprodução

O cenário de 'guerra' protagonizado entre torcedores do Fluminense e Boca Juniors-ARG nesta quinta-feira (2), na praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, causou uma onda de preocupação para a grande final da Libertadores, marcada para este sábado, às 17h, no Maracanã

A Conmebol convocou dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Asociación del Fútbol Argentino (AFA), além de ambos os clubes, para uma reunião às 11h30, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, com objetivo de encontrar um armistício na cidade e, assim, manter a realização da partida com os portões abertos. A entidade quer que todos os envolvidos se comprometam no apelo pelo fim das hostilidades.

Isso porque, de acordo com o jornalista argentino Martin Souto, embora não haja qualquer possibilidade momentânea de adiar o jogo, a entidade máxima do futebol sul-americano ainda cogita promover o espetáculo sem público. Entretanto, a Conmebol sabe que a medida drástica traria enorme prejuízo tanto aos envolvidos quanto à imagem do torneio, uma vez que a final terá transmissão para mais de 150 países e receberá o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e o presidente da Uefa, Aleksander eferin.

Na noite da quinta-feira, a Conmebol publicou uma nota afirmando que repudia "quaisquer atos de violência e racismo" e fazendo um pedido para os torcedores brasileiros e argentinos "compartilharem juntos momentos de alegria e celebração que o nosso futebol nos proporciona".

A reunião não contou com a presença de autoridades, mas o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, informou que está em contato constante com o Governador do Rio, Cláudio Castro, e o Ministro da Justiça, Flávio Dino.

Segundo apuração do ge, o Fluminense entende que os problemas de segurança pública não são de responsabilidade do clube e que informou à Conmebol sobre o risco da confusão há dez dias. Por outro lado, existe por parte de dirigentes do Boca Juniors uma insatisfação com a segurança dos seus torcedores no Rio de Janeiro e o comportamento da polícia com eles, que não estariam sendo protegidos.

CBF pede ajuda dos torcedores para manter público

Após a reunião, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, se manifestou sobre a possibilidade da partida ser realizada com portões fechados. Ele garantiu que, neste momento, a final da Libertadores terá público, mas pediu ajuda aos torcedores. Caso "a paz não seja mantida", o cenário pode mudar, afirmou.

"Foi uma reunião para pregar paz. Futebol é alegria. Aqueles que estão sem esse propósito é melhor não ir para o jogo. Assista pela TV. Vamos com os espíritos desarmados de qualquer tipo de violência e que possa conviver bem as duas torcidas. Tanto o presidente do Fluminense quanto do Boca Juniors, quanto da AFA e da Conmebol, pregam paz. A CBF também quer paz nos estádios", afirmou Ednaldo.

"[A presença de público] Vai depender dos torcedores. A partir de agora, os torcedores tem que se unir em torno do paz porque a segurança está acima de tudo. Se por acaso não tiver essa paz, é lógico que pode ter a possibilidade de ser sem público", completou.

Entenda o caso

A praia de Copacabana virou palco de guerra nesta quinta-feira (3), no Posto 2, numa área perto da "fan zone" da Conmebol. A confusão começou quando um grupo grande de torcedores do Fluminense, que veio caminhando desde o Posto 4, cruzou com os argentinos que estavam na praia. Nesse momento, houve muita correria, cadeiras voaram, e a Polícia Militar precisou intervir com tiros de bala de borracha e muito spray de pimenta.

Houve confusões em diversos pontos na praia. Os tricolores relataram que também houve confusão em um quiosque no Posto 3, porque torcedores não queriam pagar a conta e foram racistas com os brasileiros.

Pelo menos seis torcedores do Boca foram conduzidos pela Polícia Militar à 12ª DP (Copacabana) e à 13ª DP (Ipanema) para prestar esclarecimentos, na noite desta quinta-feira, após um tumulto em frente ao quiosque Buenos Aires, reduto de argentinos na praia de Copacabana. Quatro pessoas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Siqueira Campos, também em Copacabana, com reações ao gás.

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