Jogo das Estrelas 2023
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Acontece sempre nas nossas vidas aquele momento de marasmo. Aquela sensação de estagnação e baixa de energia. Para estes momentos, precisamos de uma injeção de ânimo. Uma bela dose da beta-endorfina ativa nossos neurotransmissores e muda totalmente a nossa atitude em relação à mesma situação. A Liga Nacional de Basquete aplicou uma bela injeção com a realização do Jogo das Estrelas deste ano.
Para quem ainda não conhece o que é o Jogo das Estrelas, eu conto por aqui. A Liga Nacional de basquete realiza, durante a temporada do NBB, um grande evento com a presença dos seus jogadores, técnicos e dignitários, com atividades dentro e fora de quadra, que mostram como o produto basquete se encaixa perfeitamente como grande entretenimento para todas as idades.
Este ano, o evento foi para Belo Horizonte, Minas Gerais, onde a Liga Nacional de Basquete durante a semana passada inteira utilizou as instalações do Minas Tênis Clube para eventos de quadra, como o jogo em si e outras instalações para mostrar um lado institucional como o Museu do NBB (queremos muito ver essa exposição), mostra de filmes e seminários. Se no passado, em locais como Rio e São Paulo, os eventos se realizavam em hotéis ou em locais diferentes do evento principal, esta edição acertou em concentrar todas as atividades em um só local.
Em comparação à edição no Rio, em 2022, o evento foi bem mais leve e dinâmico. Ajudou muito a retirar uma partida válida do campeonato antes das festividades. Ano passado, depois da partida entre Flamengo e Paulistano, simplesmente saiu do ginásio antes de os torneios começarem oficialmente. Este ano, a ideia de colocar os eventos na sexta e o jogo em si, no sábado à tarde, funcionou muito bem.
Falando em funcionar bem, a NBA precisa pegar algumas ideias ou dicas junto à Liga Nacional de Basquete. Enquanto o All Star Game da NBA foi insosso, a ponto de ser irritante, o Jogo das Estrelas teve competitividade em quadra em absolutamente TODOS os eventos. Até mesmo a atividade de um patrocinador foi emocionante com prorrogação e tudo. Vamos aos torneios de sexta:
1. Torneio de habilidade
Para quem não conhece a competição, basicamente, é um circuito com obstáculos e alvos que testam a habilidade dos jogadores em controle de bola, passe e, é claro, arremesso. Além de habilidade e eficiência, velocidade é chave para vencer a competição. Esse ano, participaram do torneio Alexey (Minas), Humberto (Caxias), Munford (Pinheiros), Adyel (Paulistano), Thomas (Corinthians), Gui Deodato (Flamengo) e Cassiano (Rio Claro).
Resultado? Vitória do jovem Cassiano do Rio Claro. Para tornar a vitória mais interessante, Cassiano é treinado por Fernando Pena que venceu a mesma competição por 3 vezes. Ponto para o NBB que trouxe esse fato para a transmissão e na divulgação do evento.
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2. Torneio de 3 pontos
A expectativa aqui era alta para a participação do campeão do ano passado, Santi Scala, do Franca. Não era para menos: o argentino quebrou o recorde da lenda Marcelinho Machado, com 23 cestas de 3 convertidas durante o torneio. Porém, Scala não repetiu a performance, e foram dois jogadores do Sul do país os finalistas: Egon, do Pato Basquete, passou para a final com impressionantes 19 cestas convertidas, e Augusto, do União Corinthians, passou com 16 bolas convertidas. O Flamengo lembra muito bem do último encontro com o jogador do União Corinthians. Foram 26 pontos com 5 arremessos de 3 convertidos.
Voltando ao Jogo das Estrelas, Egon não repetiu a boa performance e marcou “apenas” 13. Com 15 cestas, Augusto se tornou o novo campeão. Foi um retorno ao lar para o jogador. Afinal, ele veio das divisões de base do Minas e fez uma bela festa com a família. Outro momento muito legal no Jogo das Estrelas.
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3. Torneio de enterradas
Enquanto a NBA pena para revitalizar o torneio de enterradas, por aqui, com as expectativas não tão altas em relação a NBA, o torneio foi, no mínimo, competente. O favorito era Mãozinha, do Corinthians. Não é de graça esse favoritismo. O jovem camisa 45 do Timão é hoje um dos mais atléticos e explosivos jogadores do basquete nacional. A final foi entre Mãozinha e Eden Ewing, do time local, o 123Minas. Depois de mostrar as enterradas finais, os jurados decidiram dar o título para o jogador do Minas. Uma polêmica e caseira decisão devido à qualidade da enterrada que Mãozinha apresentou na final.
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No sábado, dia 18, tivemos o grande evento: o jogo em si. Para a disputa, a Liga Nacional de Basquete parece ter acertado na mosca na fórmula. Desde o Jogo das Estrelas de 2021, todos os “grandes grupos” do NBB estão representados em quadra. Estamos falando aqui dos jogadores que compõem o NBB, os que são a mola-mestra desta grande engrenagem. Assim, temos em quadra times compostos por jogadores jovens, outro com jogadores estrangeiros, destaques dos times e lendas. O jogo acaba sendo um pequeno torneio mata-mata eliminatório (adoramos!). Cada um destes grupos é representado por um jogador. Mãozinha, do Corinthians, foi o capitão do time Novas Estrelas, Tyrone, do São Paulo, comandou o time NBB Mundo, Olivinha, do Flamengo, e Lucas Dias foram os líderes dos dois times “NBB Brasil”.
Na partida entre os Jovens e os “gringos”, apesar da clara vantagem de altura, a experiencia falou mais alto. No final dos dois períodos de 6 minutos (outro acerto aqui para otimizar o tempo do evento), deu NBB Mundo por 38 a 29. No confronto entre os times “NBB Brasil”, venceu o time do maior nome do NBB atualmente, Lucas Dias. Gabriel Jaú e Alexey foram muito bem pelo time Olivinha e mantiveram o jogo emocionante, mas Lucas Dias, Elinho e Lucas Mariano foram fundamentais para a vitória por 39 a 34.
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Na final entre o “NBB Mundo” e o “NBB Brasil”, venceu o time brasileiro por 33 a 23. Lucas Dias foi instrumental na vitória com seus 11 pontos, e comandou a festa dentro da quadra; e com justiça foi eleito MVP (jogador mais valioso) de 2023. Este Jogo das Estrelas consolidou o nome de Lucas Dias, do Franca, como o maior nome entre os jogadores atuais do campeonato. Líder do time francano, que é o atual campeão do NBB e que está invicto na temporada com 37 vitórias seguidas, Lucas Dias sobe mais um patamar no basquete nacional. Ainda esta semana teremos uma “Nas Quadras” especial sobre o jogador.
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Para finalizar, devemos lembrar que todo evento tem pontos fortes e fracos. A questão é quão desequilibrada no cômputo final fica a avaliação depois de bater estes dois espectros. Pois bem, os pontos fortes deste ano foram muito fortes: com um evento mais dinâmico, bem mais agradável para quem estava em quadra ou em casa, o NBB acertou na mosca. Para o espectador comum, se formos comparar o All Star Game deste ano (com Marcos Mion e tudo) com o Jogo das Estrelas, evento por evento, o Jogo das Estrelas do NBB ganha.
Esperamos que esta seja a injeção de ânimo que o NBB 15 está precisando, para chegarmos nos playoffs com os fãs de basquete engajados no maior campeonato de basquete do Brasil. Parabéns à Liga Nacional de Basquete pelo evento, e que venham os playoffs!