48 segundos depois
48 segundos. Foi neste ponto do jogo 3 das finais do NBB, disputado nesse último sábado (8) no ginásio Pedrocão, em Franca, entre Sesi-Franca e Flamengo, que o jogo mudou. Quando o cronômetro marcou 48 segundos do último e decisivo quarto, a arbitragem resolveu roubar o protagonismo de Lucas Dias (18 pontos) e Gabriel Jaú (19 pontos) para, infelizmente, ser parte importante na história do jogo 3 das finais do NBB.
Antes de entrarmos nestes fatídicos últimos segundos, o jogo 3 deixou claro alguns ajustes em relação ao jogo 2. O principal ajuste foi do técnico Helinho de Franca. Desta vez, Gui Deodato, que foi o destaque do Flamengo no jogo 2, teve em seu percalço o incansável Jhonatan Luz, e não teve a mesma produção. Sem o desafogo de Deodato e Devon Scott bem marcado, o Flamengo se manteve na partida aproveitando (pouco) as oportunidades no perímetro. Quem brilhou nas cestas de 3 foi Gabriel Jaú. Com o Franca apertando a marcação do jogador no garrafão, sobraram arremessos de 3 para Jaú. Foram 5 convertidos em 9 tentativas na partida em que o jogador do Flamengo teve bons números.
Já o Sesi-Franca contou com a volta de Lucas Dias. O melhor jogador em atividade no Brasil se recuperou bem dos parcos 5 pontos do jogo 2, e teve 18 importantíssimos pontos. Para sorte do Flamengo, o aproveitamento de Lucas não foi dos melhores. Apenas 2 de 9 convertidos de 3 pontos. Mesmo assim, Dias teve uma partida muito boa. Quem está consistente em toda a série é o pivô Wesley. Com atitude contagiante e disposto a fazer o “trabalho sujo” de defesa e rebotes, Wesley fechou o jogo 3 com excelentes 16 pontos e 9 rebotes. Claro que o MVP das finais irá para um jogador mais consagrado, mas hoje o jogador mais consistente, e que mudou o ritmo de todas as partidas a favor de seu time, é Wesley.
Finalmente chegamos aos fatídicos 48 segundos finais. O placar marcava 76 a 73 para o Franca, quando a bola é colocada em jogo nas mãos de Jhonatan. Scott Machado, do Flamengo, marca o ala Francano que aparentemente perde o controle da bola. Jogada controversa e, claro, vai para o instant replay. O problema é que NENHUM ângulo efetivamente ajuda a arbitragem. O primeiro não mostra a jogada e o segundo deixa dúvidas. Pois bem, decisão dos homens do apito: bola para o Franca. Os nervos, que já estavam à flor da pele, explodem.
Vamos ao jogo. Novamente, bola no fundo da quadra do Franca para colocar em jogo. Scala passa de novo para Jhonatan, que é imediatamente cercado por 3 jogadores do Fla. Depois de infinitos segundos cercado, a arbitragem marca falta de Cuello, do Flamengo. Ainda bem que o técnico do Flamengo não estava com sua característica camisa vermelha, e sim com uma branca. A fúria do técnico Gustavo de Conti pela não marcação dos 5 segundos era visível no rosto do comandante rubro-negro. Resultado dessa fúria? Técnica em De Conti e mais um lance-livre para Franca. Mesmo assim, ainda tinha jogo. O placar marcava 77 a 73 para o Franca com 29 segundos de jogo. Aí o caldo entornou de vez. Com 14 segundos, Scott Machado atacou a cesta e sofreu falta não marcada pela arbitragem, Wesley pegou o rebote, passou para Scala, que teve um encontrão com Jaú. A arbitragem colocou “a cereja do bolo” marcando falta antidesportiva de Gabriel Jaú. De Conti invadiu a quadra, tomou a segunda técnica e foi expulso. Jaú, que já tinha uma técnica, também foi expulso. O Franca, que não teve nada com as péssimas decisões da arbitragem, através do armador Scala, converteu os lances-livres e fechou a partida em 81 a 73. Vitória do bicampeão no jogo 3, e 2 a 1 na série.
A série agora volta para o Rio de Janeiro, com o jogo 4 sendo disputado na próxima quinta-feira, dia 13, às 18 horas. O Flamengo tem que vencer para forçar o jogo 5. Se o Franca ganhar, o time de Helinho, Lucas Dias, David Jackson se consagra tricampeão do NBB.