NAS QUADRAS

Allez, Brasil!

Por PEDRO RODRIGUES - [email protected]

Publicado em 08/07/2024 às 20:55

Alterado em 08/07/2024 às 20:55

Bruno Caboclo decide para o Brasil Foto: Fiba

De tempos em tempos, as estrelas se alinham com a lua, com o sol e os planetas. Esse alinhamento, quando ocorre, o céu fica azul, as marés baixam e os humores mudam. Pois bem, absolutamente tudo estava alinhado na capital da Letônia, Riga, neste último domingo (7), para o basquete brasileiro. O time masculino de basquete teve sua melhor apresentação, em jogos decisivos, nos últimos 20 anos, e venceu com autoridade os donos da casa por 94 a 69, carimbando o passaporte para as Olimpíadas de Paris.

Melhores momentos do jogo: 

O time brasileiro, treinado por Aleksandar Petrovic, esteve brilhante do começo ao fim. E que começo. O primeiro quarto de jogo está entre as melhores e mais dominantes atuações de uma seleção. Foram categóricos 34 a 11 com aproveitamento de todos os arremessos de 3 pontos (8/8), sendo o último um antes do meio da quadra, do MVP do torneio e motor dessa geração de jogadores brasileiros: Bruno Caboclo.

Uma outra estrela que brilhou fortemente foi Georginho. O versátil jogador teve sua melhor atuação na sua carreira pela seleção. Foram 14 pontos, 5 rebotes e 5 assistências fundamentais, especialmente após a lesão de Yago no segundo período. Com essa lesão e de Raulzinho, o Brasil só tinha Marcelinho Huertas como armador de ofício, e coube a Georginho dar uma folga ao veterano armador brasileiro. Na volta para os decisivos últimos dois quartos, foi a defesa brasileira que impressionou. A tenacidade que Gui Santos, do Golden State Warriors, mostrou foi uma aula de entrega para o time. Aliás, é impossível criticar qualquer um dos jogadores e da comissão técnica neste jogo. O plano de jogo foi executado por todos à perfeição. Até mesmo quando a Letônia resolveu “baixar o sarrafo” nos jogadores brasileiros no quarto período, não tivemos UMA falta técnica para jogadores do nosso time. Zero confusão, apesar das duras faltas. Uma mostra que todos estavam com o foco total e a cabeça no lugar.

Outro fator importantíssimo na vitória em Riga foi o ala Léo Meindl. Caboclo foi o MVP e melhor jogador do torneio, mas Meindl foi um excelente “Robin” para Caboclo. Léo fechou a final com 20 pontos (4/7 de 3 pontos).

 


A comemoração do time brasileiro após a partida Foto: Fiba

 

Agora é pensar em Paris. O Brasil está na seleta mesa de 12 países que disputam o mais competitivo e difícil campeonato de um esporte coletivo no mundo. O feito deste domingo foi para lavar a alma de quem joga, convive, acompanha e faz basquete no país. As cicatrizes de derrotas como a Americup em 2023, Pré Olímpico de Split de 2021 e, a pior de todas, a derrota para a Argentina na Olimpíada do Rio em 2016, ainda são visíveis na psique de quem acompanha o basquete. Ver o time brasileiro jogar como jogou fez todos abraçarem esse grupo, que pode não ser o mais talentoso e conhecido que já tivemos, mas mostrou em quadra que aqui, SIM, fazemos basquete de boa qualidade.

O Brasil estreia nas Olimpíadas contra os donos da casa, a França, no dia 27 de julho, às 12h15. O grupo ainda tem Alemanha, atual campeã mundial, e o Japão.

No final, o alinhamento das estrelas e planetas formou para o basquete os cinco anéis olímpicos.

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