Evolução
A Nau Vascaína navegou muito e bem na temporada passada. O R10 Score Vasco da Gama foi uma das melhores surpresas do NBB 2023/2024, temporada que marcou a volta dos vascaínos à elite do basquete nacional. Muito desse sucesso passa pelo trabalho do coordenador Gegê Chaia e do técnico Léo Figueiró. Para encerrar essa série de entrevistas com personagens importantes do basquete carioca, antes do início do NBB, conversamos com o técnico Cruz-Maltino sobre a temporada passada, a chegada de um velho conhecido e muito mais.
Nas Quadras: Vamos começar com um balanço da temporada passada. O Vasco chegou chegando e surpreendeu. Primeiro ano de projeto e o Vasco já colheu bons resultados, recuperou jogadores e ainda contou com um craque que é o Marquinhos. Chegou a surpreender, a rápida evolução do time?
Léo Figueiró: Eu acho que a primeira temporada de retorno foi surpreendente para todos que acompanhavam de fora.Quem estava envolvido diretamente e via o dia a dia da equipe, enxergava claramente a possibilidade da gente chegar onde chegamos. No primeiro momento, tínhamos uma perspectiva um pouco mais humilde das nossas possibilidades. Mas, no dia a dia, com o processo acontecendo, vimos que a evolução estava sendo rápida e que a equipe podia chegar em grandes colocações. Como foi o que aconteceu.
Agora que passou o fator surpresa, como o R10 Score Vasco da Gama vai se preparar para manter o alto nível alcançado e tentar superar a temporada passada?
Deixamos de ser ano passado mesmo. A partir da metade do campeonato para frente a gente já tinha deixado de ser surpresa. O que fizemos foi manter uma base para que o processo continue crescendo, sendo desenvolvido de uma maneira satisfatória. Desde o início, falamos que somos um projeto de médio e longo prazo. Então foi importante manter uma espinha dorsal e tentar fazer os reforços pontuais naquilo que a gente entendeu que era necessário. Tudo mantendo os pés no chão como foi a nossa proposta desde o início, dentro das nossas possibilidades para que a gente continue honrando todos os nossos compromissos, como foi feito no passado.
O primeiro estrangeiro do Vasco calhou em ser um jogador bem conhecido do senhor. Qual a importância da chegada do Jamaal? E o que ele agrega nesse time do Vasco?
Jamaal é um jogador da minha confiança. Tive uma grande experiência com ele no Botafogo, onde ele foi imprescindível em várias situações [Nota: Jamaal e Léo foram campeões da SulAmericana em 2019 quando estavam no Botafogo]. É um jogador que gosta de jogar momentos difíceis e é tecnicamente diferenciado. Então, vem para agregar muito por conta de toda a qualidade técnica e por conta da competitividade que ele tem inerente à pessoa dele. Por ele já conhecer meu processo e a maneira que trabalho, ele sabe o que exijo dos jogadores.
Vamos a uma pergunta espinhosa: Por conta do imbróglio envolvendo a CBB e a Liga Nacional de Basquete, o Vasco não pode disputar a LSB. Dá para mensurar o impacto dessa não-participação?
É difícil mensurar o impacto da não-participação (na Liga SulAmericana). Obviamente o desejo do Vasco da Gama era voltar para as competições internacionais, já que o Vasco tem um histórico nessas competições. Seria benéfico para o Vasco e também para a Liga Sul-Americana poder contar com o Vasco. Mas é um imbróglio que não cabe a nós julgar, uma vez que a gente não tem nenhum poder de decisão, e sim acatar determinações, à medida que elas forem sendo deliberadas para as equipes.