NAS QUADRAS
Brilho do Holofote
Por PEDRO RODRIGUES
pedro.rodrigues@nasquadras.online
Publicado em 05/04/2025 às 12:46
Alterado em 05/04/2025 às 12:46

As nuvens carregadas vão gradativamente se esvaindo do céu do basquete nacional. As “águas de março” trouxeram uma enxurrada de boas notícias. Vejamos.
Estamos entrando na última semana do NBB 2024/2025, a 17a edição do campeonato, carregados de emoção, já que temos importantes disputas por posição nos playoffs. Fora de quadra, no dia 2 de abril, última quarta, finalmente saiu oficialmente o anúncio da volta da chancela do NBB, via post da Confederação Brasileira de Basquete. Essa onda de boas notícias parece que teve a “largada” no Jogo das Estrelas que ocorreu em 21 e 22 de março (relembre aqui).
Conversamos com exclusividade com o presidente da Liga Nacional de Basquete, Rodrigo Franco Montoro, sobre o importante evento do NBB. O que deu certo em quadra, como foi o engajamento e o que podemos esperar para a próxima sede do evento foram algunsdos assuntos desse papo.
Nas Quadras: Primeiramente, parabéns pelo evento. Esse último Jogo das Estrelas entregou tudo que prometeu e mais um pouco. Na avaliação da Liga Nacional, entre as atividades dentro e fora de quadra, o que mais surpreendeu positivamente?
Rodrigo Franco Montoro: Ficamos muito satisfeitos com o que construímos nesse Jogo das Estrelas. É sempre um desafio inovar um evento que há 17 anos tem que contar uma história a cada edição. E a história que contamos esse ano foi de renovação. Trouxemos uma série de novidades, como a Arena Caixa, parque de diversões do basquete, projeção mapeada na quadra, voto popular via Whatsapp, festival de basquete, e um novo Desafio de Habilidades, que agora se chama Desafio Crossover Penalty. Além disso, mesmo o que não era necessariamente uma novidade foi aprimorado, mais assertivo e organizado. Então, posso dizer que o que mais nos surpreendeu positivamente foi a aceitação do nosso ecossistema. Recebemos um feedback muito positivo dos jogadores, técnicos, dirigentes dos clubes e parceiros. Como todo bom mineiro, o público de BH novamente abraçou e acolheu o Jogo das Estrelas, muito porque conseguimos entregar um grande espetáculo de entretenimento a eles desde o início da programação.
Falando um pouco do que aconteceu em quadra. Em todas as atividades, sejam os desafios na noite de sexta ou o próprio jogo no sábado, os jogadores pareciam competir como se fossem playoffs. Como vocês conseguiram esse comprometimento dos jogadores, um feito que até a NBA tem tido dificuldade nos últimos anos?
Acredito que a cada ano que passa os jogadores vão entendendo mais a importância do Jogo das Estrelas para o basquete brasileiro, para o NBB Caixa como produto e especialmente para eles mesmos, que estão se aproveitando dos holofotes do evento para impulsionar suas imagens. Todos estão valorizando mais a experiência de estar ali. Além disso, a LNB decidiu espontaneamente aumentar os valores de premiação dos atletas, o que certamente funciona como um combustível a mais para buscar vencer os desafios. No entanto, acredito que esse não seja o fator número um. O que move os atletas a contribuírem para o espetáculo do Jogo das Estrelas é a experiência e os ganhos para suas carreiras. Sob olhar de produto, sabemos que hoje em dia a disputa pelo tempo e atenção das pessoas é ferrenha, então certamente um evento com os melhores jogadores do campeonato sem competitividade pode não ser tão atrativo quanto uma disputa pra valer. Portanto, acredito que o fator engajamento e competitividade dos atletas ajuda a engrandecer o nosso Jogo das Estrelas.
A estrutura do Minas Tênis Clube se mostrou um trunfo para o evento. Se no Ibirapuera tem o ganho do espaço na parte de fora do ginásio, na ArenaBH o público tem ar-condicionado, boa visão da quadra e fácil acesso. Entendo que cada sede tem suas particularidades, mas o que pesou na decisão de levar o jogo para Belo Horizonte?
O primeiro fator é que o Minas Tênis Clube tem uma das melhores estruturas da América Latina. A Arena UniBH tem ar-condicionado, ótima estrutura de arquibancadas, vestiários, iluminação, cabines de transmissão, camarotes... Tudo que é necessário para receber um Jogo das Estrelas. Ainda por cima, é um clube fundador da LNB, que vive sua melhor fase na história, e de quebra está completando 90 anos. Nesse ano tão especial para o clube, optamos por levar o grande show do basquete brasileiro para lá. Tivemos uma excelente experiência na mesma arena no Jogo das Estrelas de 2023, então fomos para essa edição cientes dos desafios e preparados para montar uma festa mais bonita ainda.
Em matéria de números de acessos, interações e engajamentos, como performou o Jogo das Estrelas?
Ainda estamos reunindo todos os números, mas dobramos a audiência na TV aberta em relação a 2024 e tivemos um ganho de 20% da audiência do nosso canal do YouTube versus o ano passado. Estamos seguros de que o alcance do Jogo das Estrelas como um todo foi maior, pois foi transmitido em 12 plataformas: SporTV 4K, SporTV 3, ESPN 4, Disney+, Globoplay 4K, TV Cultura, Rede Minas (filiada da TV Cultura em Minas Gerais), Rede ITA (filiada da TV Cultura na Paraíba), YouTube do NBB CAIXA, YouTube da Itatiaia, Flamengo TV e BasquetPass (streaming por assinatura). Quando tivermos todos os números compilados, saberemos qual foi o tamanho do nosso sucesso de audiência.
Claro que só tenho que finalizar com essa pergunta: E para 2026? Já temos alguma sede em vista para a edição do ano que vem?
É natural que a cada edição o interesse dos clubes e cidades do NBB Caixa em receber o Jogo das Estrelas cresça. Mas vamos tomar essa decisão com calma, ao final da atual temporada, e tomar a melhor decisão para o nosso ecossistema.
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Neste fim de semana, teemos Flamengo e Botafogo em quadra se despedindo da temporada regular. Neste sábado (5), às 16 horas, no ginásio Oscar Zelaya, o Fogão vai para o tudo ou nada contra o São Paulo. Já o Flamengo entra em quadra no Maracanãzinho, às 11 horas, contra o Paulistano, nesse domingo (6).
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