Sem expectativas, Jadel chega a Berlim como coadjuvante
Diego Ribeiro, Portal Terra
BERLIM - As expectativas sobre o desempenho de Jadel Gregório em uma grande competição já não são mais as mesmas. Jadel, maior esperança do salto triplo brasileiro desde Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio e João do Pulo, está fora da lista de favoritos para o Mundial de Atletismo, que começa neste sábado em Berlim. Com maus resultados durante a temporada, o brasileiro entra na competição apenas como franco-atirador.
A melhor marca de Jadel em 2009 é de 17,12 m, apenas três centímetros a mais do que o compatriota Jefferson Sabino. O português Nélson Évora, grande favorito à medalha de ouro em Berlim, saltou 17,66 m e tem a melhor performance do ano.
Além das sombras dos antigos ídolos brasileiros, Jadel teve de conviver com a enorme pressão por conquistas durante a carreira. Nas duas últimas Olimpíadas, o triplista embarcou para Atenas e Pequim sob a expectativa de uma medalha - até de ouro, pelo desempenho durante as temporadas. No entanto, Jadel decepcionou nas duas vezes, ficando com o quinto lugar em 2004 e o sexto em 2008.
O único título expressivo do atleta foi em 2007, nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Ele foi ouro com a marca de 17,27 m. No mesmo ano, quebrou os recordes brasileiro e sul-americano da prova, com 17,90 m, ultrapassando o legendário João do Pulo.
Aos 28 anos, Jadel já conseguiu grandes marcas na carreira, mas nunca nas competições mais importantes. Sem a pressão da medalha nas costas, ele vai a Berlim do jeito que prefere: desapercebido, como coadjuvante. O que pode produzir uma surpresa na pista a partir deste sábado.