Superação de metas na água, pior resultado nos tatames

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Rafael Gonzalez, Jornal do Brasil

RIO - As expectativas para o esporte brasileiro este ano eram boas. Os resultados, porém, foram variados. Colocando em análise as modalidades em que eram esperados triunfos verde-amarelos em termos de conquista de medalha, nota-se que houve cumprimento e até superação de metas das confederações em alguns casos. Em outros, os objetivos não foram alcançados, e a decepção foi a tônica.

O grande resultado do ano aconteceu na natação: eram esperadas quatro finais, contudo, a equipe brasileira voltou do Mundial de Roma com quatro medalhas (2 ouros, 1 prata e 1 bronze nas maratonas), 18 finais, um recorde mundial e um inédito vice-campeonato na natação masculina. César Cielo foi o responsável pelos ouros brasileiros nos 50 e 100 metros livre. Nos 50 metros peito, Felipe França faturou a prata. O bronze ficou por conta de Poliana Okimoto, que chegou em terceiro na maratona aquática de 5 quilômetros.

No caso da maratonista , era só o começo. A atleta ainda viria a conquistar o Circuito Mundial de maratonas aquáticas. O título veio com um desempenho excelente da atleta. De 11 provas disputadas, nove foram vencidas por ela.

O resultado pose ser fruto do intenso investimento promovido pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) em relação às maratonas aquáticas. O programa da entidade revelou o baiano Allan do Carmo, principal nome da modalidade no masculino, e Ana Marcela Cunha. A campeã Poliana explica.

Passei a participar de todas as etapas do circuito com apoio da confederação. O Allan e a Ana Marcela são frutos de um projeto e preparados desde pequeno para esse tipo de prova. Estamos colhendo os frutos agora afirma a nadadora.

Os casos de vôlei e basquete também podem ser comemorados. Os dois esportes cumpriram a meta das confederações perante o COB. No basquete, eram esperados os títulos masculinos e femininos da Copa América, que vieram. O presidente da CBB, Carlos Boaventura Nunes, comemora os resultados alcançados na temporada.

Essas conquistas se devem ao trabalho. A profissionalização no basquete foi muito importante, centralizamos o poder de decisão e promovemos maior integração com as federações. Concretizamos a contratação da Hortência e do Vanderlei. Já tínhamos esse projeto e os jogadores também sugeriram para gerente alguém da área. Isso tudo influencia nos resultados. Hoje, a confederação tem credibilidade explica o dirigente.

Quatro títulos eram esperados para o vôlei brasileiro em 2009. No Grand Prix, a seleção feminina foi campeã pela oitava vez. Na Liga Mundial, a seleção masculina também faturou o torneio pela oitava vez. Na modalidade do vôlei de praia, o Mundial foi disputado em casa e as duplas Larissa e Juliana, no feminino, e Ricardo e Emanuel, no masculino, levaram o ouro.

O taekwondo não obteve as duas medalhas que pretendia no Mundial, mas trouxe uma de bronze com Natalia Falavigna.

Três esportes decepcionam

As decepções também fizeram parte do ano. A maior delas foi o judô, que esperava quatro medalhas no Mundial e voltou sem nenhuma. Em Roterdã, os judocas brasileiros não repetiram a boa campanha de 2008 na Olimpíada de Pequim, quando obtiveram três medalhas de bronze.

Não foi ruim o resultado, foi muito ruim. Esperávamos medalhas, sem dúvida. Tínhamos dois medalhistas olímpicos e dois campeões mundiais na equipe. Isso não é pouca coisa explicou o coordenador técnico da seleção brasileira, Ney Wilson.

O atletismo tampouco voltou com grandes resultados do Mundial em Berlim. A expectativa era da conquista de uma a duas medalhas e nenhuma foi obtida. Maurren Maggi e Jadel Gregório sofreram com lesões e os casos de doping prejudicaram a equipe masculina no revezamento 4x100m.

O caso da ginástica artística também foi de insucesso. Diego Hypolito era a grande esperança brasileira, mas o ginasta demonstrou que meses longe do tablado prejudicaram seu desempenho no Mundial mais do que o esperado e ele acabou não se classificando para a final do solo. Com falhas na apresentação, o atleta foi eliminado e impediu que a meta da confederação fosse cumprida. A medalha no solo era esperada.

No caso do handebol, uma medalha é esperada no feminino, mas a competição sé será realizada em novembro.

Metas para 2012

Para a Olimpíada-2012, em Londres, as confederações já têm uma expectativa. Quem objetiva subir mais vezes ao pódio é o judô brasileiro: espera 3 medalhas. Tanto a natação quanto o atletismo pretendem alcançar 6 finais, mas nas pistas, uma medalha é esperada, enquanto nas piscinas a expectativa é de duas medalhas. O taekwondo também espera contar com duas medalhas e o handebol, tal como a maratona aquática, com uma. Vôlei e basquete não especificam quantas, mas esperam medalhas. A ginástica artística quer medalha no solo.