Atual presidente do Palmeiras brinca sobre a auto-entrevista; veja frases de sua entrevista
O presidente em exercício do Palmeiras, Salvador Hugo Palaia, concedeu entrevista nesta quinta-feira, na Academia de Futebol, para explicar o processo que o levou a substituir Luiz Gonzaga Belluzzo, licenciado para tratar de problemas de saúde. Sempre polêmico, o novo mandatário alviverde negou que tenha ocorrido um golpe, afirmou que Belluzzo estava ciente das mudanças que seriam feitas e explicou a criação do conselho gestor que administrará o clube durante a sua gestão de 45 dias.
Confira abaixo as principais declarações de Palaia na Academia de Futebol:
"Antes de começar aqui, eu estava acabando de ler a minha auto-entrevista".
O presidente em exercício brincou antes de começar a entrevista, referindo-se à entrevista que concedeu há alguns anos, onde o próprio respondeu a perguntas já prontas, sem abrir espaço aos jornalistas.
"Eu me sinto muito honrado em estar aqui presente, representando a presidência da Sociedade Esportiva Palmeiras. Gostaria de comentar sobre alguns fatos anteriores a minha posse. Alguns publicaram que foi dado um golpe, uma traição, e não foi nada disso".
Declaração de abertura da entrevista.
"Não houve golpe nenhum. O que houve é o seguinte: com a cirurgia do Belluzzo, nosso presidente, a assessoria do palmeiras tomou as providências para a transmissão do cargo. Dia 23 o nosso presidente passava para as minhas mãos o cargo da presidência. Todos os diretores e o conselho já sabiam que ele (Belluzzo) seria operado e não poderia dirigir o clube".
Dirigente comentou o processo que o levou ao cargo.
"Todos têm uma política de administrar. A minha, que eu julgo vencedora, é um pouco diferente da atual. Será um comitê participativo, onde todos darão opinião e participarão das atitudes que eu venha a tomar. Não houve golpe, traição nem vingança política - nunca fui vingativo. Se é comissão participativa, é democrática. A palavra final será minha, mas ouvirei a todos e o bom senso prevalecerá".
Explicação de Palaia sobre o funcionamento do comitê participativo.
"Durante quatro anos, nunca foi levado um documento sequer para que eu analisasse, tudo era decidido no departamento de futebol. Cada um tem a sua maneira de administrar, e a minha é uma mineira cristalina".
Palaia comentou que não tinha participação das decisões do departamento de futebol desde que deixou a diretoria, em 2006.
"Não tenho mágoa com o Cipullo. Isso é coisa que passou. Se tivesse, não teria o convidado para participar do comitê participativo. Vim imbuído de uma vontade imensa de fazer a pacificação no Palmeiras. É o momento de pensarmos num Palmeiras maior, sem vinganças, sem maneiras jocosas de levar as coisas. Chamo os opositores para participarem, isso será muito importante".
Presidente negou que seus problemas com o então diretor de futebol, Gilberto Cipullo, influenciarão em sua gestão.
"A relação com o Felipão vai ser ótima. Era um sonho que tinha de trazê-lo para o Palmeiras. Vamos caminhar lado a lado, tanto com o Felipão quanto com a comissão técnica. Falamos olho a olho, olhando um no olho do outro".
Ao ser questionado sobre seu relacionamento com o técnico Luiz Felipe Scolari.
"Esse amor é materno e paterno. Me sinto bem, disposto, tenho certeza que farei um bom mandato de 45 dias. Não estou aposentado ainda, continuo trabalhando, disposto a grandes desafios".
Palaia explicou o motivo de continuar no clube depois de mais de 40 anos.
"É uma pergunta que está sendo feito há muito tempo. Não é de hoje que se tiver que colocar a mão no bolso, eu colocarei. Até onde for necessário. Até onde o bolso furar".
O presidente em exercício não quis dizer se usou recursos próprios para acertar os salários atrasados dos jogadores, mas não rechaçou a ideia de colaborar financeiramente com o clube.