Comitê prevê 600 mil estrangeiros no Brasil durante a Copa de 2014
O diretor-executivo de operações e competições do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL), Ricardo Trade, foi uma das atrações da Soccerex Global Convention, maior encontro de negócios do futebol mundial, que termina hoje (30) no Forte de Copacabana.
Trade encerrou no começo da noite de ontem uma apresentação sobre as cidades que vão receber os jogos e também abordou outros detalhes do evento. Manaus, Fortaleza, Natal, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Brasília, Porto Alegre, Cuiabá, Curitiba, Recife e Belo Horizonte são as capitais que sediarão jogos da Copa do Mundo no Brasil. Mas muitas mais ainda buscam um espaço na organização do evento - e na partilha dos recursos que serão despejados no Brasil.
"O Comitê já recebeu 223 candidaturas de cidades com intenção de se tornarem campos-base. Destas, 124 já foram inspecionadas e os primeiros contratos devem ser assinados até o final de 2011. E até janeiro de 2013 teremos todos os campos-base aprovados. Cada cidade destas deverá apresentar três campos oficiais de treinamento à disposição das seleções". Além dos locais para treinos, as cidades também deverão provar que possuem condições de hospedagem, atendimento médico, segurança e outros serviços básicos para atletas, comissões técnicas e também para torcedores que os seguirão pelo país.
Milhões durante os jogos
"Os jogos do Mundial vão movimentar 128 milhões na economia brasileira", apontou Ricardo Trade. "Em infraestrutura, nas cidades, a movimentação será perto de 22,46 bilhões de reais. Serão obras de melhoria nos sistemas de transportes, criação de novos polos de desenvolvimento, novos estádios e também teremos a oportunidade de influenciar até mesmo o comportamento dos torcedores - haverá uma mudança geral no mundo esportivo aqui no Brasil. Sem contar o fortalecimento da imagem do país no exterior", destacou o diretor do COL.
Para Trade, a Copa terá efeitos benéficos somente se o Brasil souber aproveitar a janela de oportunidade: "A Copa é uma grande oportunidade que temos para transmitir uma imagem de competência, organização e desenvolvimento. E que não somos somente um povo festeiro", ressaltou.
"O fato de a Copa ser realizada em 12 cidades distribuídas em todas as regiões do País, e com a possibilidade de outros municípios receberem as seleções (para treinos e hospedagem), vai gerar mais exposição das cidades, produtos e serviços. Nós esperamos cerca de 600 mil estrangeiros no Brasil somente para a Copa do Mundo. Nosso objetivo é fazer uma diversificação da oferta de destinos", explicou.
O "timing" da Copa
Segundo o diretor-executivo de operações do COL, o sucesso da Copa depende de dois momentos-chave, nos anos de 2012 e 2013. "Após a Eurocopa de 2012, e das Olimpíadas no mesmo ano, os olhos do mundo estarão voltados para nós", observou. "O ano de 2012 será também importante pois é quando poderemos finalizar o processo de preparação. Tudo deve estar bastante encaminhado neste ponto. As obras todas devem estar praticamente prontas para a Copa das Confederações, faltando somente detalhes para a Copa do Mundo".E mais: segundo ele, a Copa das Confederações terão uma importância maior do que o que vem sendo calculado até agora para o sucesso da Copa do Mundo no Brasil.
"Ela não será um evento-teste, como se costuma dizer. Ela vai ser na verdade ‘O’ evento. É em 2013, na Copa das Confederações, que vamos provar que somos capazes de fazer 2014. Temos condições de entregar todas as obras dentro do prazo. Mas sem o apoio dos governos não fazemos nada. Por isso é importante manter a integração e a colaboração".
Fiscalização
Ricardo Trade fez questão de explicar que o Comitê Organizador Local não é uma entidade de cunho público, mas que possui a atribuição de fiscalizar as obras. "Somos uma empresa privada, independente da CBF, mas 100% financiada pela FIFA", disse ele. "Não contratamos obras, mas monitoramos o andamento dos trabalhos nos estádios. Atualmente temos a média de 1.014 pessoas trabalhando por estádio em obras para a Copa. Durante o período de obras manteremos duas câmeras em cada estádio, monitorando o andamento das obras. Por contrato as construtoras e consórcios responsáveis nos entregam um relatório mensal de 180 páginas, que é repassado à FIFA. Além disso, o COL mantém uma equipe de 15 arquitetos e engenheiros que ajudam a fiscalizar e fazer o acompanhamento".