Marin garante Mano e Andrés: "continuam merecendo nossa confiança"
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, disse em entrevista ao Terra neste domingo que Mano Menezes continuará como técnico da Seleção Brasileira mesmo depois da derrota na final dos Jogos Olímpicos de Londres. Ele garantiu também a permanência de Andrés Sanchez como diretor de Seleções e disse que vê o caminho trilhado como certo.
"Um mau resultado não poderá derrubar o que vem sendo feito há meses. Ele continua, tanto o Mano Menezes como o diretor de Seleções Andrés Sanchez continuam merecendo a nossa total confiança¿, disse Marin, que está hospedado no mesmo hotel que a Seleção Brasileira se concentra para o amistoso contra a Suécia, quarta-feira, em Estocolmo.
Marin sempre colocou os resultados como parte fundamental para avaliação de um treinador. Nos Jogos Olímpicos, um dia depois da decepção pela derrota para o México na decisão, ele colocou a prata como uma conquista e disse que a Seleção apresentou melhoras que o deixam esperançoso na preparação para a Copa das Confederações e Copa do Mundo.
O presidente voltou a dizer que vai fazer uma avaliação de tudo que aconteceu na Olimpíada ao chegar ao Brasil, mas que a troca de comando não está na pauta. Agora, o objetivo é dar a Mano Menezes tempo para a preparação para as próximas competições, mas sem se esquecer das vitórias. "Pode ocorrer uma dificuldade maior, pode ter um tropeço no caminho e espero essa recuperação já com a Suécia", disse.
Confira a entrevista:
Qual a avaliação que você faz da participação brasileira na Olimpíada no futebol?
José Maria Marin - Nós procurávamos o título máximo, mas ficamos com a medalha de prata. É uma conquista. Desde 1984 (na verdade 1988) nós não chegávamos a uma final. Há muito tempo que não chegava na modalidade de futebol. Já e uma melhoria muito grande.
Especificamente sobre o jogo de sábado, como você avalia a Seleção?
José Maria Marin -Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação completa, sofremos um gol aos 28 segundos. Isso torna uma reversão muito difícil, principalmente se tratando de uma final. Se chegou até a final foi porque teve méritos, mas por outro lado a equipe adversária também reúne os mesmos méritos, as mesmas qualidades. Em uma decisão pode acontecer de tudo. Não foi a primeira vez que o Brasil deixou de ser vencedor e certamente não será última também. Vamos procurar melhorar, tirar a melhor lição deste resultado. Sem transferir responsabilidade, achar culpados para ter o resultado máximo. O momento exige serenidade, tranquilidade e principalmente uma análise mais profunda, uma avaliação, uma conclusão que será mais adequada quando voltarmos ao país. Ainda temos pela frente uma partida amistosa e difícil contra a Suécia. Depois temos a Copa das Confederações e, por último, a Copa do Mundo.
O que essa Seleção passou nesta Olimpíada servirá de aprendizado para a Copa das Confederações e Copa do Mundo?
José Maria Marin -Cada dia é uma aprendizado, podemos tirar muito proveito desta partida. Quer em termos de Olimpíada quer em termos também da Seleção Brasileira. O principal é que temos uma base que pode ser aprimorada. A inscrição para a Olimpíada foi um número limitado. Para a Copa das Confederações os números serão mais elevados. Já houve outra convocação e outros jogadores irão se juntar à Olimpíada. Acredito que, para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo, nós vamos apresentar uma grande seleção desejada por todos, não vamos decepcionar.
Terra - Pelas suas palavras, podemos afirmar que Mano continua técnico da Seleção?
José Maria Marin -Sem duvida nenhuma. Nós não podemos tomar qualquer medida neste momento visando apontar esta ou aquela falha. Exige muita serenidade. Somos responsáveis pela hora do sucesso, mas também quando não é alcançado jamais deixarei de dividir essa responsabilidade. É um grupo muito comprometido com o anseio de formar uma grande Seleção Brasileira. Quando digo que houve uma renovação da qualidade, não é somente em relação à idade, mas com a mentalidade. Quero me incluir neste grupo. Se esse grupo está comprometido com os anseios não consegue sucesso. Não quero transferir essa responsabilidade para um ou outro técnico, estamos em um mesmo grupo. Então não é hora para pensar em substituição, para se procurar culpados, para se transferir responsabilidade. Estamos no mesmo barco, ele continua navegando mesmo com dificuldades, mas com comando firme. Neste aspecto não é hora de falar mudança em comissão técnica ou em apontar este ou aquele responsável ou culpado. Numa hora de insucesso, todos devemos assumir.
Para ficar claro, o Mano continuará como técnico da Seleção?
José Maria Marin Só nos perdemos a final, antes nós vencemos, vencemos partidas em que estávamos em desvantagem. Um mau resultado não poderá derrubar o que vem sendo feito há meses. Ele continua, tanto o Mano Menezes como o diretor de Seleções Andrés Sanchez continuam merecendo a nossa total confiança.
Você sempre disse que um dos aspectos que seria levado em conta na Seleção Brasileira seriam os resultados? Você está contente com eles?
José Maria Marin - Realmente nos temos muito trabalho à frente, mas acredito que com o grupo definido, o que poso dizer é que estamos no caminho certo. Pode ocorrer uma dificuldade maior, pode ter um tropeço no caminho e espero essa recuperação já com a Suécia. Nós temos o objetivo, nós sabemos o que queremos. Queremos uma Seleção forte e comprometida. Tínhamos toda a situação, mas infelizmente não deu. Mas em termos de passado chegamos à disputa final. Seria melhor o ouro, mas pelo menos chegamos a disputar, coisa que não acontecia há muito tempo. Houve uma grande melhoria. Com este espirito de união e de melhorar, nós vamos formar uma grande Seleção.
Até a Copa das Confederações é um prazo que você acha que essa Seleção vai estar melhor?
José Maria Marin Eu não tenho dúvida. Agora vamos agregar à Seleção Olímpica outros craques. A nossa esperança e nossa convicção é que a equipe que disputou a final vai melhorar ainda mais.