Italianos organizam corrida preparatória para Olimpíadas no Rio

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Para conquistar o público brasileiro e se preparar para as Olimpíadas 2016, o Comitê Olímpico Nacional Italiano no Brasil promove amanhã (10), às 7h30, a Corritalia Brasile, no Aterro do Flamengo. O evento faz parte do programa Vamos Colorir de Azul o Céu do Rio, em referência à cor usada por seleções esportivas italianas.

O vice-cônsul da Itália no Rio de Janeiro, Gabor de Zagon, explica que o evento, o primeiro na capital fluminense, já ocorreu em Curitiba, e a ideia é que a corrida se repita todos os anos. “A iniciativa faz parte de um caminho que começa hoje e vai até as Olimpíadas 2016, é importante que a parceria ocorra com o comitê e a Federação de Atletismo Italiana, para preparar os atletas para 2016 e aproximá-los da comunidade italiana. Vamos fazer no domingo um momento de esporte e congregação dos atletas e da comunidade, [para] que todos tenham juntos um dia de esportes e de saúde.”

Estão confirmados para a corrida de domingo os meio-fundistas Maria Virgínia Abate, Daniele D'Onofrio e Stefano Baldini, que ganhou medalha de ouro na maratona em Atenas 2004. O delegado do Comitê Olímpico Nacional Italiano no Brasil, Alfredo Apicella, diz que o objetivo é fazer da Corritalia Brasile o maior evento da comunidade ítalo-brasileira.

“A ideia é agregar os italianos da terceira, quarta geração, que estão perdendo a identidade italiana, integrar com os italianos que moram aqui e que têm esse vínculo forte por meio da língua, da cultura. Em 2015 e 2017 vai acontecer aqui também. Inclusive a corrida é um teste importante para a nossa delegação, que está aqui chefiada pelo nosso Stefano Baldini. Quem não gostaria de ter esse prazer, de correr com um campeão olímpico? É como jogar com o Pelé, um grande jogador brasileiro, quem é que não gostaria de estar do lado, chutando uma bola com o Romário, o Zico?”.

De acordo com o chefe da delegação da Itália no Brasil, Christian Zovico, são cerca de 25 milhões de pessoas com sobrenome italiano vivendo no território brasileiro, sendo 15 milhões no estado de São Paulo. “Os italianos participaram muito da história do Brasil, do desenvolvimento, da vida social, econômica. A gente gostaria muito de fazer essa ligação porque queremos em 2016 os brasileiros torcendo para os italianos”.

Zovico explica que a parte técnica da preparação para as Olimpíadas, que conta nesta viagem com sete atletas, consiste em testes e exames físicos e fisiológicos, feitos antes de sair da Itália e a cada dia no Brasil, para monitorar a situação dos competidores e estudar a melhor adaptação ao clima do país e também a preparação para a competição. No ano passado, seis atletas participaram do estágio pré-olímpico e no ano que vem serão mais dez. Todo o trabalho segue um protocolo científico a ser usado por todo o comitê olímpico e é feito por um médico e o diretor técnico-científico da Federação italiana de atletismo, Nicola Silvaggi.

Apesar de não correr profissionalmente desde 2010, Stefano Baldini vai participar da corrida amanhã “e aproveitar o visual da cidade”. Ele ressaltou a garra e coragem do brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima na maratona em Atenas. O atleta foi agarrado pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan e tirado da pista quando liderava a prova.

“Me lembro de cada metro daquela corrida e da grande coragem do Vanderlei. Não vi o que aconteceu na hora do incidente porque foi numa curva e eu estava atrás, mas ele teve uma grande coragem e superou um momento de grande dificuldade e ganhou a medalha de bronze. Com certeza é a medalha de bronze mais famosa de todas as Olimpíadas.”