Olimpíadas, que nada! Pietá retorna ao Rio de Janeiro com ótimo show em Ipanema
Trio carioca, há seis meses residindo em São Paulo, se apresentou na sexta (05)
Na última sexta (05), depois de seis meses fixados em São Paulo, o trio carioca Pietá voltou a se apresentar em solo carioca. E, em pleno dia da abertura dos Jogos Olímpicos, nada mais natural que o show começasse com um momento de cunho político. Antes mesmo do primeiro acorde, os integrantes exibiram a frase “Não Temer Jamais”, com palavras escritas, cada uma, no corpo de Juliana Linhares (voz), Frederico Demarca (voz, violão e percussão) e Rafael Lorga (voz, precussão e violão). O protesto foi prontamente acolhido pelo público presente, que deu as costas ao show Olímpico para prestigiar o trabalho do conjunto, do qual somos fãs.
No repertório, canções do disco “Leve o que quiser”, o primeiro trabalho do trio - com participações de Chico César, Cláudio Nucci e Carlos Malta - lançado no ano passado. O espetáculo, na estrada desde outubro de 2015, foi construído a muitas mãos, fazendo jus à experiência teatral dos três integrantes, que, por serem também atores e pensadores da cena, levam para o trabalho musical muito de seu fazer teatral. Fatores que ficam logo evidentes na construção dramatúrgica do show, notamos.
O sempre competente - e tantas vezes arrepiante - canto de Juliana foi responsável por entoar as canções de seus dois parceiros no trio, instrumentistas e compositores afiadíssimos. A banda ainda contou com o apoio talentoso dos músicos Ayran Nicodemo (violino) e Marcelo Cebukin (sopros). A novidade ficou por conta da música “Flor”, bela poesia dentro de uma construção musical à la “Guinga”, de Frederico Demarca e Marcelo Fedrá, nunca antes interpretada pelo grupo. As participações especiais também agradaram: o compositor Rodrigo Maranhão e Guilherme Borges, ator e arranjador vocal do musical-hit “Gabriela”, baseado na obra homônima de Jorge Amado. Para ouvir a banda e acompanhar seus próximos shows, clique aqui.