Pag. 20 - Os verdadeiros heróis

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Em um país assolado pela violência dos atentados, policiais dão a própria vida para salvar conterrâneos E nquanto o homem-bomba agarrava o detonador em seu cinto explosivo, preparando-se para lançar fogo e granada de artilharia contra uma procissão religiosa, um policial iraquiano chamado Bilal Ali Muhammad enfrentava uma escolha entre sua própria vida e algo mais amplo.

Se ele corresse para se proteger, Muhammad, 31 anos, teria a chance de se salvar, para continuar sustentando sua mãe viúva, para ajudar a colocar o irmão mais novo na faculdade e para ver suas três filhas pequenas crescerem. Em vez disso, o policial – muçulmano sunita – se jogou contra o homem-bomba, aliviando o impacto da explosão sobre os fiéis sunitas.

– Ele deu a alma para o país – disse a mãe, Alaahin Hassan, segurando duas das filhas dele no colo. – Ele acreditava em Deus. Isso o tornava grande.

Num país dividido por seitas e etnias, de vilas como esta até o governo que finalmente se formou em Bagdá, o último ato de Muhammad foi uma explosão de heroísmo e humanidade contra a violência que ainda assombra o Iraque.